Guilherme Gonzalez conta como é fazer um dentuço feioso na TV

Por - 31/07/11 às 15:36

Divulgação

Quem ainda não se divertiu com as trapalhadas e o sotaque caipira de Efraim, em Morde e Assopra, da Globo, precisa correr para assistir à performance de Guilherme Gonzalez, pois a novela já está em sua reta final. Em uma entrevista para O Fuxico, o ator – que não é novato no ramo – conta como surgiu o convite para entrar no folhetim das sete fazendo um feioso com uma barriga postiça, uma prótese dentária e uma franja de peruca.

Ele lembra que conheceu o autor Walcyr Carrasco através de uma pessoa em comum, a atriz Ana Lúcia Torre, que vive a alcoólatra Tia Neném, de Insensato Coração, da Globo, que é uma amiga de muitos anos.

“Para divulgar uma peça em que ela estava em cartaz, mandei um e-mail coletivo para várias pessoas e o do Walcyr estava no meio. Trocamos algumas mensagens sobre a peça, mas ele não conseguiu ir porque estava no Japão fazendo pesquisa para a novela. Um dia o encontrei no bairro em que morava e descobri que éramos quase vizinhos. Me apresentei e falei que era a pessoa que o tinha convidado. Nem falei que era ator e muito menos pedi nada. Um dia estava em Belém de férias e recebi um e-mail de um produtor de elenco me chamando para um teste. Deduzi que tinha sido ele que havia me indicado. Escrevi agradecendo e ele respondeu que queria apenas conhecer meu trabalho, já que o personagem era para um ator mais novo e do interior de São Paulo. Fiz o teste com dezenas de pessoas nesse perfil. Dez dias depois recebi a ligação da produtora me informando que eu havia passado por unanimidade em aprovação pelos diretores e que o Walcyr havia mudado o perfil do personagem porque tinha gostado muito do meu teste”, conta orgulhoso.

Este é o primeiro papel de Guilherme na tevê, mas o ator já possui um currículo com vários sucessos teatrais.

“O teatro é revigorante, todo ator deve ter essa base. Nos fortalece, nos coloca diante do público, expondo nossas emoções e nos preparando para lidar com o inesperado. Estou gostando muito de fazer televisão. É um veículo totalmente diferente. Tal como o teatro é um exercício. São emoções diferentes. Não consigo apontar preferência por algum. Ainda tem o cinema que não fiz e é meu próximo objetivo. Atuar é um prazer, independente de onde eu esteja”.

Sobre o personagem, ele diz que dificilmente o reconhecer nas ruas, mas percebem quem é quando está com alguém do elenco.

“Nesse primeiro momento pra mim é ótimo. Consigo me desvincular da imagem dele e curtir o que faço sem a cobrança de ter meu rosto exposto como Guilherme. É uma oportunidade rara fazer um personagem de composição na televisão. Busco conversar com as pessoas e as opiniões são mais sinceras. Adoro quando elas estão falando do Efraim comigo e aos poucos percebem que sou eu. Sempre se surpreendem”.

Guilherme é muito vaidoso, mas não tem problemas em interpretar um personagem que seja feio. Ele afirma que sempre soube da feiúra de Efraim – que tem uma caracterização que dura cerca de 40 minutos – e que compôs um cara "feio-engraçado".

“Me divirto muito fazendo o Efraim. Isso não deixa de ser um exercício. A televisão é um mundo repleto de gente bonita. Acho ótimo fazer um cara feio, lido muito bem com o espelho. Em nome do personagem não meço pudor por nada”.

Paraense da capital, Belém, ele sempre teve Dira Paes como um ícone de sua cidade e hoje sente-se honrado em ter seu nome ao lado da atriz, já que existem poucos nomes na tevê do estado. Em sua cidade natal, ele também cursou uma faculdade de administração como uma carta na manga.

“Trabalhei por 10 anos conciliando com o teatro. Chegando na casa dos 30 anos eu decidi que era a hora de investir no que amava fazer e larguei tudo para me dedicar ao teatro. Não tenho medo da instabilidade da profissão, pois o importante não é chegar lá, é se manter. Sei que vou ter que matar um leão por dia pra me manter nessa profissão. Como diz a frase: ‘É pelo sonho que vamos…’”.

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