Guilherme Weber acha que o público foge dos teatros cariocas

Guilherme Weber está em cartaz no Teatro Laura Alvim, em Ipanema, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, com o espetáculo Ah, A Humanidade e Outras Boas Intenções. A peça narra cinco histórias do autor norte-americano Will Eno. Apesar de estar satisfeito por mais um trabalho de um de seus escritores prediletos, o ator lamenta que o público carioca esteja cada vez mais distante das artes cênicas.

“O público do teatro contemporâneo tem diminuído especialmente no Rio de Janeiro. A plateia carioca está cada vez mais procurando outro tipo de espetáculo. Infelizmente este êxodo está acontecendo justamente numa época muito criativa quando a jovem dramaturgia está amadurecida. É um descompasso de um momento criativo e poderoso e com a recepção do público”, avalia ele ao site O Fuxico.

Para atrair as pessoas de volta à plateia do teatro, Guilherme acredita que é preciso haver mudanças profundas, principalmente no quesito incentivo político.

“É bem complexo isso e o teatro nunca foi divulgado pelo país através do Governo e pelos Ministérios como uma fonte de necessidade, como um catalisador de mudanças. O teatro é uma crônica e tem de ser acompanhado pela população. Vivemos num país difícil tem trânsito até para ir à praia. O teatro seria um movimento de resistência.”

Enquanto aguarda um incentivo, o ator e diretor segue apresentando o espetáculo juntamente com a sua Sutil Companhia de Teatro. Na peça, ele interpreta cinco personagens, em cinco histórias diferentes.

“São textos que mostram personagens que lidam com fracasso. A primeira é um treinador de um time de futebol que perdeu um campeonato. A segunda é um casal que grava vídeos para o site de relacionamento e acabam entrando num conflito, o terceiro a porta-voz de uma companhia aérea que dá a notícias de um desastre aéreo, a quarta uma pessoa que reconstitui uma fotografia de guerra e a última é um casal que tenta chegar a uma igreja sendo um para um batizado e outro para um velório.”

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