Helô Pinheiro lamenta desavenças com herdeiros de Tom e Vinícius

Por - 20/03/12 às 08:50

Ag.News

Com as comemorações dos 50 anos da música Garota de Ipanema, a empresária Helô Pinheiro – a grande homenageada da canção – está com a agenda cheia de compromissos.

“Já estão aparecendo várias coisas para eu fazer por conta dessa data. No final de semana, por exemplo, estive no Rio de Janeiro gravando entrevistas para um programa de uma emissora da televisão japonesa. Eles querem que eu conte a minha história e também farão imagens do Rio, de Ipanema”, conta Helô a O Fuxico.

Composta em 1962 por Tom Jobim e Vinícius de Moraes, a música se tornou um dos símbolos da Bossa Nova e uma das mais importantes canções da Música Popular Brasileira, cantada em todo o mundo, e em vários idiomas.

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Tom e Vinícius fizeram a música enquanto bebericavam no Bar Veloso – hoje chamado de Garota de Ipanema – e apreciavam quando a jovem Heloísa passava, a caminho do mar. Somente dois anos após o lançamento da canção é que Helô ficou sabendo pelo poetinha que era ela a homenageada.

Para comemorar meio século do lançamento, Helô Pinheiro sonha em fazer um concurso para escolher a nova Garota de Ipanema.

“Seria um concurso realizado com meninas de todo o Brasil, mas a final tem que acontecer na Praia de Ipanema, bem pertinho ali da rua Vinícius de Moraes, que foi onde eles fizeram a música e onde eu morava. Na época, a rua tinha o nome de Montenegro”, diz Helô, que completa afirmando que aguarda uma oportunidade para se reunir com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, para obter apoio para a realização desse concurso.

Mas, apesar dos festejos e lembranças da data, nossa eterna Garota de Ipanema explica que realmente o que mais gostaria que acontecesse era voltar a ter uma relação cordata com os herdeiros dos compositores da música. É que os filhos de Tom e Vinícius notificaram Helô, há tempos, por ela usar o nome da música e as imagens dos autores em produtos em uma loja.

“Eles não queriam que eu usasse o nome Garota de Ipanema. Mas esse nome nunca havia sido registrado em cartório. Eu estava abrindo uma pequena loja no Rio, na década de 90, e, como o termo não tinha registro, eu o utilizei e registrei. A partir daí, eles me notificaram e cortaram relações comigo. Fico muito triste com isso, não precisava ser feito desta forma e gostaria que tudo se resolvesse”, diz a empresária, com tristeza.

Helô explica ainda que os herdeiros não queriam ver o nome da música e nem a imagem dos compositores relacionados a outros produtos, que não fossem ligados à literatura.

“Sempre me dei bem com o Vinícius e com o Tom. O Tom e a primeira mulher dele, a Tereza, foram meus padrinhos de casamento. Mas depois, quando o Tom morreu os filhos e a segunda mulher dele começaram com isso. Recebi uma punhalada mesmo”, lamenta.

Helô diz que gostaria muito de ficar numa boa com todos, de ter uma amizade e até fazer uma parceria para algum projeto agora que a música comemora 50 anos.

“A vida é muito curta para ficar com desavenças, discussões, com essas bobagens. A Garota já está fazendo meio século de existência. Daqui a pouco a gente morre e tudo fica aqui. Isso é triste”, finaliza.

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