Humberto Martins faz cena chocante em espetáculo trash
Por Redação - 22/09/05 às 11:52
Já passava das 23h da noite de quarta-feira, dia 21, quando Humberto Martins subiu as escadas do Hipódromo UP, em pleno Baixo Gávea (um dos points mais badalados do Rio), trajando calça branca, camisa social amarela, chapéu panamá e fumando um charuto. Esse look brega, que imitava os antigos malandros da Lapa carioca, fazia parte da caracterização do personagem que Humberto encarnaria minutos depois, na peça Terror no Baixo Gávea. Totalmente despojado do tipo galã, o ator protagonizou, com mais cinco atrizes, uma cena chocante, mas que arrancou gargalhadas por ser um espetáculo trash.
“Meu papel é de um cafetão chato, inconveniente, que acaba sendo castrado no palco pelas mordidas das mulheres. O grande barato de uma peça trash é o exagero, que transforma o que seria chocante em graça. Até o tesão foi exagerado, tanto que durante as mordidas, meu personagem dava gargalhadas. O que conta num trabalho como esse é a espontaneidade, a improvisação, tanto que não existe um texto decorado, o que conta mesmo é o movimento do corpo. Isso a gente deu uma ensaiada bem legal”, contou Humberto, após encerrar a sua participação, que aconteceu somente na primeira parte.
O ator esclareceu também que havia uma preocupação muito grande de todo o elenco em conservar o respeito que o teatro exige dos espectadores. E deu um exemplo:
“Durante os ensaios, pensamos em usar seringas com o material que imita sangue, para as meninas lambuzarem o cafetão totalmente após arrancarem seu pênis. Mas vimos que isso poderia acabar atingindo a platéia, o que não seria nada agradável. Já pensou, a pessoa paga para ver um espetáculo e volta para casa toda melada, com um líquido vermelho que parece sangue? Não dá. Aí optamos pelas atrizes levarem os saquinhos do tal sangue dentro da boca e, à medida que simulavam as mordidas, o mesmo ia escorrendo pelas suas bocas e pelo meu corpo”.
Terror no Baixo Gávea é um espetáculo encenado pelo Grupo Teatro de Terror, que conta com Ricardo Petraglia e Anselmo Vasconcelos, entre outros, e várias participações especiais, tanto de atores quanto de músicos, como a cantora Daniele Daumerie e sua banda e os bailarinos da Companhia de Dança de Salão Antônio Carioca, a cada apresentação. Na de quarta-feira, dia 21, uma das convidadas especiais foi Karina Bacchi.
“Aguardem a Xuxa que vou fazer. É de rolar de rir”, resumiu a atriz, que chegou ao Hipódromo UP por volta da meia-noite e meia, já com as madeixas amarradas em Maria-chiquinha. Qualquer semelhança não era mera coincidência e sim uma leitura trash da rainha dos baixinhos.
Nelson Freitas, também em participação especial, fez a abertura do espetáculo.
"Senhoras e senhores, o Teatro de Terror aterrorizadamente tem o prazer de apresentar o pior espetáculo do Rio, apesar da concorrência ser séria”.
Na segunda parte, Nelson abandona o bebum e surpreende ao aparecer sentado numa mesinha de botequim ao lado, digamos, de um amiguinho especial, para não quebrar a surpresa que o espetáculo propõe.
“Que amiguinho especial que nada! Faço mesmo é uma bichona, muito doida. Quero ver como vou me sair, porque há 12 anos que não faço uma bicha. A última foi na peça Corra Que o Papai Vem Aí, com o Ari Fontoura, a Suely Franco e a Luciana Coutinho, que ficou três anos em cartaz”, adiantou Nelson Freitas, enquanto tomava uma caipirinha e aguardava o início do espetáculo.
Serviço
Terror No Baixo Gávea
Quartas e Quintas – a partir das 21h30 (sem hora para acabar)
Local – Hipódromo Up – Praça Santos Dumont – Gávea
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