Ingrid Guimarães: “Não quero ser escrava de um papel só”

As novelas são um produto escasso no currículo de Ingrid Guimarães. Com mais de 20 anos de carreira, a atriz se prepara para estrear em seu quinto folhetim como a obsessiva Tina de Sangue Bom, seu segundo papel de destaque em uma trama. Em contrapartida, ela coleciona uma longa lista de seriados, como 'Sob Nova Direção, Macho Man e Casos e Acasos.

"Sempre sou chamada para séries e isso ocupa boa parte do meu tempo. As novelas se tornam um descanso para mim. Não tenho de escrever ou produzir nada. É quase como férias", avalia, em tom de brincadeira. 

Na história, escrita por Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, Ingrid vive uma secretária sempre muito alegre e positiva. Mas, logo no início da trama, será abandonada no altar por Vitinho, papel de Rodrigo Lopez, que nutre uma paixão pela atriz Bárbara Ellen, interpretada por Giulia Gam. A partir de então, ela passa a dedicar sua vida ao projeto de se vingar de Bárbara Ellen.

"Vi muitos filmes sobre  mulheres malucas. Mas, o mais importante foi a sugestão da Maria Adelaide para ver A Malvada. Minha personagem é muito fã da Bárbara Ellen e será apunhalada pelas costas", explica.

Além disso, a atriz pesquisou sobre mulheres que vivem no limite de seus sentimentos.

"Busquei pessoas que estão entre amor e ódio e são extremamente passionais", completa ela, que terá a chance de explorar um lado tragicômico em sua personagem.

"É sempre bom fazer coisas novas. Não quero ser escrava de um papel só", vibra.

Em seu primeiro trabalho com a dupla de autores, Ingrid já conhecia o estilo de Maria Adelaide desde os tempos de teatro. A atriz também se identifica muito com a forma como a autora escreve para mulheres, seu público-alvo desde o início da carreira.

"Eu já era muito fã dela. E o Vincent é um cara novo que traz um frescor para a dramaturgia. Ganhei muita liberdade para improvisar e criar em cima do texto", elogia Ingrid, que negociou um ritmo diferente de gravações por conta da estreia de sua peça, Razões Para Ser Bonita, em São Paulo.

"A Globo me chamou para a tevê por causa de Cócegas. A emissora sabe que sou uma atriz de teatro. Nunca parei de fazer", aponta.

Ainda na fase de pré-produção, Ingrid chegou a ser cogitada para a próxima novela das nove de Walcyr Carrasco, 'Amor à Vida. Entretanto, ela estava reservada para a nova trama das sete. A atriz já havia trabalhado com o autor em Caras & Bocas, papel que considera um dos melhores de sua trajetória pelos folhetins.

"Aqui é uma empresa e essa decisão de escalação não é minha. Antes do Walcyr, eu tinha feito muita pouca novela. Se eu estiver disponível e ele me chamar de novo, eu vou", valoriza.

Na tevê desde 1993, quando estreou em Mulheres de Areia, Ingrid acredita que os seus grandes sucessos partiram de trabalhos autorais, como o espetáculo Cócegas, em parceria com Heloísa Périssé, e a personagem Leandra Borges do Zorra Total e da Escolinha do Professor Raimundo. De acordo com a atriz, a ascensão do teatro lhe deu um maior domínio dos caminhos que sua trajetória desenhava.

"Construí minha carreira sozinha. É muito bom escrever para mim porque eu sei onde está o meu humor", avalia.

Para o próximo ano, Ingrid pretende investir na terceira parte do filme De Pernas Pro Ar. Mas, por conta das gravações de Sangue Bom, deve adiar o lançamento do longa.

"Estou muito animada com a sequência porque vamos filmar em Paris. Mas vai demorar um pouquinho, pois estou ocupada com a novela até o final do ano", conta.

Além disso, em 2014, Ingrid deve apresentar um projeto dramatrgico para a equipe do GNT junto com Mônica Martelli.

''Não quero adiantar nada porque está muito no início", desconversa.

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