Ingrid Guimarães sobre arte: ‘Não tem a ver com estética’
Por Redação - 29/03/20 às 12:31
Ingrid Guimarães é uma grande atriz brasileira e, na última década, se tornou a atriz brasileira mais vista no cinema, participando de muitos projetos como a trilogia De Pernas Pro Ar e do longa Fala Sério, Mãe!
Ingrid é a próxima artista de capa da Revista Quem, e de quebra, cedeu uma entrevista ao veículo, contando detalhes de sua vida pessoal e profissional, que aliás, são bastante corridas e cheia de compromissos.
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“O ano de 2019 foi decisivo para mim. Fiz obra na minha casa, comprei o apartamento da minha vida, uma cobertura, lancei um filme, fiz uma novela, fiz muita publicidade graças ao bom Jesus e lancei o Além da Conta – Tem wi-fi. Foi muita coisa. Foi muito estressante, vivi acelerada o ano inteiro e acho que isso tem um preço interno. Estresse é um preço que não quero mais pagar. Outro dia, minha terapeuta disse: ‘seu dever de casa é ficar sem fazer nada’. Porque até na folga eu tinha adrenalina. Era minha folga e falava: ‘hoje vou malhar, encontrar uma amiga…’, quando via, tinha a folga inteira ocupada, com adrenalina dentro da folga”, contou Ingrid, que aproveitou para falar da experiência de atuar em Bom Sucesso, novela das 19h da TV Globo que antecedeu Salve-se Quem Puder.
“Acho que a novela foi um oásis de poesia, delicadeza e não-violência. Até o vilão, o Diogo (Armando Babaioff), tinha humor. E a Silvana Nolasco era quase um personagem à parte, uma diva, um acontecimento, não fiz nenhuma cena normal, tipo: ‘a senhora aceita um café?’ Foi muito interessante porque, quando me convidaram para a novela, ia ficar até queimarem os livros, ia sumir e reaparecer depois, mas fiquei até o fim da história”, disse ela.
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Já entrando parte do humor, área na qual domina com maestria, Ingrid falou das dificuldades de uma mulher atuar neste ramo, e revelou ter aversão a estereótipos.
“Nunca gostei muito disso, nem de nenhum tipo de estereótipo em relação ao humor, da comediante ser a feia, a gorda, a amiga maluca ou a piranha. Antigamente tinha isso. Como diz a Marisa Orth, durante um tempão, comediante que tinha corpo bonito era clown piranha. Eram dois estereótipos: a palhaça e a galinha. Anos atrás, comediante não faria o papel de mocinha de novela. Tínhamos que ficar nos programas de humor que eram bem machistas. Eram de homens, escritos e dirigidos por homens. As coisas começaram a mudar, mas peguei muito a era machista do humor”, explicou Ingrid.
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“Nos programas de humor éramos escada e nas novelas éramos secretária ou amiga maluca. Era a visão enraizada que eles tinham da mulher, que não podia rir nem gargalhar de boca aberta… A mulher bonita não podia ser engraçada e vice-versa. A tinha que fechar as pernas, o homem que era o engraçado, que contava a piada na mesa e a mulher tinha que ficar rindo dele”, complementou.
No decorrer da conversa, Ingrid Guimarães contou que começou a se exercitar por causa dos trabalhos que recebeu, como o musical Annie e a própria Silvana de Bom Sucesso, que mostrava muito o corpo.
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Falando de treinos e Bom Sucesso, foi assim que Ingrid ficou mais próxima da amiga Grazi Massafera, que se tornou uma amiga de treinos para ela.
“Eu e a Grazi ficamos superamigas. Contracenamos muito no início de Bom Sucesso e depois já começamos a malhar juntas com a Angélica. Ficamos amigas de malhação e ela ficou muito responsável por me incentivar nessa coisa. Porque a Grazi é inacreditável, chamo ela de Cyborg. Ela não é humana, é fora do comum. Ela gravava 26 cenas por dia e falava: ‘bora malhar!’ E eu perguntava: ‘mas você não grava hoje?’ Aí comecei a ficar com pena que ela não tinha tempo para malhar e passei a dar o meu horário com o Chico para ela. Divido com ela o meu horário quando ela não consegue. De uma certa maneira, para mim, que sou preguiçosa, foi um superincentivo. Só tenho gratidão a ela e a Angélica”, explicou a artista.
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Em relação á família, composta por Ingrid Guimarães, o marido Renê e a filha Clara, ela afirma que, apesar da agenda corrida, consegue reservar um tempinho para eles, e seus finais de semana são dedicados à Clara.
“Passo muito tempo com a Clara, meus fins de semana são só com ela. Não viajo mais do que 15 dias sozinha. Não vou ficar um mês sem ver minha filha. Tenho duas irmãs que me ajudam, meu marido é um puta pai e tenho uma babá que está comigo desde que ela nasceu. Vou fazer um filme em setembro que não vai ser no Rio, minha babá vai levar ela. Ela vai no set, visita, me acompanha. Ela é muito criança ainda, mas fiz muito esforço para adiar a pré-adolescência dela, me dediquei, dei celular com 10 anos. Quando dei, todas as amigas dela já tinham e não dei o celular da moda, dei um antigo meu. Não deixo ter Instagram. Ela só tem TikTok que ama. Eu incentivo muito a brincadeira de criança, ela ainda brinca de boneca, ainda brinca com meninas mais novas e incentivo porque eu acho que é tão pouco tempo e está tudo tão avançado, por que vou avançar ela?”, contou.
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“'Eu e Renê estamos juntos há 16 anos, vai fazer 17, é muito tempo. É uma vida. Ele é superparceiro, superpai, é artista. E por isso, é mais fácil porque a gente vive num mundo mais lúdico, mais aberto, com menos regras. Ele é um paizão, adora criança. A Clara acha ele mais engraçado que eu. Ela fala assim: ‘meu pai na vida é muito engraçado, minha mãe no cinema é mais’. Jamais conseguiria me casar com um homem sem humor, aliás é muito chato conviver com quem não tem humor”, garantiu em relação ao amado.
Quanto as novidades da carreira, este ano ela irá rodar um filme com Tatá Werneck, cuja trama foca na relação entre irmãs.
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“É um filme que vai ser feito em agosto e setembro sobre irmãs. A relação de irmãs, que é uma relação que tenho com as minhas irmãs, que é muito forte, mas também tenho com a Tatá. Nós duas temos uma relação de amizade e irmandade. Sou dez anos mais velha que a Tatá e tenho uma relação que é bem diferente de todas as outras relações que tenho no meio artístico, é uma coisa de cuidado. Começou porque era muito fã dela na MTV. Um dia eu e o Paulo Gustavo descobrimos o telefone dela e ligamos. Depois convidei ela para fazer um filme e ficamos amigas. Aconteceram várias coisas depois que nos uniram. E todas as vezes em que a gente se junta, as pessoas adoram. Porque a gente tinha esse sonho de fazer um filme só nós duas. A gente briga, dá bronca uma na outra, minha secretária é a mesma dela, a gente divide até a mesma terapeuta. Virou uma relação de irmãzinha minha”, revelou Ingrid.
Por fim, Ingrid Guimarães comentou sobre a autoestima na adolescência e como pretender envelhecer.
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“Lolô (Heloísa Perissé) sempre fala: ‘está aí uma pessoa que conseguiu dar a volta por cima’. Porque quando cheguei no Rio, na adolescência, me sentia um patinho feio. E fui realmente florescendo, até que floresci. Acho que tem a ver com autoconhecimento, você vai vendo que tem muitas coisas legais e que isso é muito mais importante do que um nariz e uma boca. E que a sua arte não tem nada a ver com a estética, tem a ver com a sua originalidade. Tudo isso que tinha de baixa autoestima na adolescência usei a meu favor, brinquei com isso, fiz um personagem que é a Leandra”, contou sobre sua vida mais jovem.
“Quero envelhecer com saúde em primeiro lugar, tranquilidade, paz e sabedoria para conseguir lidar com todas as crises. Quero trabalhar até morrer, se puder morrer no palco, está bom para mim. Não vou ser a vovózinha que vai fazer tricô, não dá para mim. Não quero ser a velhinha da van (que vai ao teatro). Quero ser a velhinha que as velhinhas da van vão ver (risos)”, concluiu.
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