Irmão de Luciano Huck estreia novo projeto musical com o marido

Por - 13/08/24 às 16:40

Irmão Luciano HuckFoto: Reprodução/Instagram

O irmão do apresentador Luciano Huck,  Fernando Grostein e o marido Fernando Siqueira, irão lançar novo projeto musical “FernandoS“, no próximo sábado, (17), nos Estados Unidos.

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O projeto explora elementos da natureza, saúde mental e traumas, que inclui um filme e um álbum duplo, conhecido como “Necklace”, traduzido para o português, “Entrelaços”. Siqueira ficará nos vocais e Grotein na produção musical. O trabalho se passa por diversos destinos como Bahia, Califórnia, Rio de Janeiro e Utah.

O preconceito de Huck com irmão:

No livro “De porta em porta”, Luciano Huck conta como foi sua reação ao descobrir que o irmão era gay. ‘Eu sou gay’, disse assim, na lata, o meu único irmão, Fernando”, iniciou o apresentador, num capítulo inteiro dedicado ao assunto”.

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No trecho, ele contou: “Quando Fernando, aos 20 anos, marcou sua posição e falou, ‘olha, eu sou gay’, essa é minha vida, isso não é uma escolha, esse é o meu ser, é como eu sou’, eu disse: ‘o.k.’. Mas, num primeiro momento, tive um certo choque – por razões que têm a ver com a forma obtusa, estúpida e quase desumana como o mundo dita as regras de comportamento, mas também porque você quer que a vida da pessoa que ama seja uma estrada asfaltada, sem buracos e pouco sinuosa. (…) No mundo em que vivemos, (…) embora isso esteja mudando, assumir-se gay ainda significa, infelizmente, enfrentar uma dose pesada de preconceito”, explicou Luciano.

O apresentador admitiu que na época foi preconceituoso e como isso impactou o tempo presente. “A ‘libertação’ começou naquele dia em que Fernando me mostrou que não éramos nem tão parecidos nem tão próximos quanto eu imaginava. (…). Hoje, vejo o quanto os anos e anos em que fui submetido a uma espécie de pós-graduação machista – que assolou e assola minha geração e muitas outras – me tonaram incapaz de enxergar os preconceitos que pensei, disse e fiz, e, pior ainda, as coisas importantes que deixei de pensar, dizer e fazer. (…) Hoje sei que também tive medo de enfrentar meus próprios preconceitos”.

Luciano disse que teve que aprender a desconstruir o machismo estrutural, que está enraizado na sociedade atual, para entender o lado do irmão.

“De forma estúpida, eu achava que tinha uma certa obrigação de reproduzir com ele as toxidades que havia absorvido em nome da virilidade, de uma ‘tradição’ abjeta que gerou multidões de homens traumatizados e, no mínimo, sexualmente confusos. (…) Dada a toda carga de referências machistas e homofóbicas que a sociedade brasileira me entregara – e o preconceito e o sofrimento que imaginei que isso traria para o Fernando e para a minha família – minha primeira sensação foi, de fato, a de perder o chão. Começa ali um embate entre tudo o que tinha entranhado em mim, fruto daquilo que hoje é chamado de machismo estrutural, e minha tentativa de tentar compreender e processar as novas informações e formar uma nova consciência”, finalizou.

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