Isis Valverde relembra bullying na infância: ‘Era uma menina diferente’
Por Redação - 05/09/17 às 19:59
Quem vê Isis Valverde brilhando como a sedutora e irreverente Ritinha, em A Força do Querer – novela das 21h, da Globo –, mal pode imaginar que a gata passou por muitas dificuldades para chegar onde chegou. Uma lutadora, enfrentou o machismo, a falta de apoio e muitos “nãos” ao longo de sua vida.
Em entrevista à revista Rolling Stone, a atriz relembrou todos os momentos difíceis, que lhe deram apenas mais vontade de continuar. Vinda de Aiuruoca, interior de Minas Gerais, a morena atrevida teve que crescer na marra ao cair na cidade grande com o sonho de ser atriz. E deu certo, são mais de 7 papéis na telinha da Globo e, em 2017, três protagonistas no cinema.
A Família
Mas o “gene” da atuação sempre esteve presente na mineira. Filha de uma atriz, Isis tem como maior inspiração dona Rosalba. A desembargadora desistiu de seu sonho, largando a companhia de teatro, e foi estudar direito a pedido do marido, quando a protagonista de Glória Perez tinha apenas 10 anos.
“Minha mãe entendeu que ele queria o crescimento dela e que eles tinham uma filha para criar. (…). Ela virou uma mulher super bem-sucedida (…). Mas, também é atriz, porque ninguém deixa de ser atriz, não existe ex-atriz”, brincou.
Mesmo com o histórico da mãe, Isis resolveu trilhar os caminhos da sua musa, para o desespero de seu pai. Os cursos de artes cênicas, feitos antes ainda na adolescência, eram pagos com os cachês de seus trabalhos como modelo fotográfica, em Belo Horizonte. Depois, ela se jogou em São Paulo e, em seguida, para o Rio de Janeiro, a fim de estudar mais esse ofício que tanto a fascinava. Mas fez tudo sozinha
“Falei que ia ser atriz e ele [o pai] disse que eu teria um ano para conseguir me manter sozinha. Eu só tinha 17 anos, fiquei revoltada”, contou.
Tempos depois, o professor de ciências, biologia e matemática, Rubens, e sua “rebelde” acabaram fazem as pazes. E, no bate-papo, Isis ressaltou seu orgulho pelo pai, que veio de uma família pobre.
Outra “musa” da mineira é sua avó, dona Maria Nilce. É na força e na garra da primeira mulher a separar em Aiuruoca e prefeita da cidade que a eterna Sereia, da minissérie da Globo, se inspira.
“Eu cresci com essas mulheres em volta de mim. Como é que eu ia fazer vergonha? (…) Eu falei para o meu pai que queria ser atriz, aí tive que ser”, divertiu-se.
O Feminismo
Não é à toa que Valverde participa tão ativamente dessa luta. A atriz foi uma das muitas funcionárias da emissora onde trabalha a aderirem ao movimento Mexeu com Uma, Mexeu com todas; uma resposta ao assédio feito pelo colega José Mayer a uma figurinista do canal.
“Quero que cresça cada vez mais. Eu acho muito importante a sociedade veja a mulher como um ser humano, e não apenas como o sexo frágil (…)”, observou.
É da infância, também, que veio essa força para lutar na causa feminista. A mini-Isis não encaixava entre as outras meninas da cidade e sofria bullying dos coleguinhas.
“Eu não gostava de brincar de boneca (…) queria brincar com os meninos. Queria me sujar no barro, montar cavalo no pêlo, pular muro roubar ovo da casa do vizinho. (…). Os meninos ficavam gritando para mim: ‘Isis sapatão! Isis sapatão!’, porque eu não gostava de brincar de boneca e não queria beijar ninguém”, relembrou.
Superação
E ela mostrou para os garotos e garotas de Aiuruoca que a “esquisita” não era tão diferente assim. A morena se tornou um sex symbol nacional e deu um “tapa na cara das inimigas”. Mas superação é uma palavra que Isis Valverde conhece muito bem. Em 2014, a atriz viu sua vida passar como filme, quando foi vítima de um acidente de carro. A moça fraturou uma vértebra no pescoço e quase ficou tetraplégica.
“O médico disse: ‘Agradeça a Deus por você não estar tetraplégica ou morta’ (…). Ter fé não é você rezar até Deus te ouvir. É você rezar e ouvir Deus. Deus, Oxalá, Brahma, sei lá. Cada um dá um nome”, falou a crente no Universo.
Este momento seguiu outro grande conflito em sua vida. A gata foi acusada de ser o pivô da separação de Grazi Massafera e Cauã Reymond. O caso entre os protagonistas de Amores Roubados, teria acontecido durante as gravações da série e gerou uma série de ataques à intérprete nas redes sociais.
Somando essas duas experiências traumáticas Isis criou sua própria filosofia de vida: “A vida é efêmera, é passagem. (…) Vivi mentiras horrorosas. Comecei a varrer todo mundo para fora (…) Eu não sou santa, tenho milhões de defeitos. Mas nunca conspirei contra os outros (…). O segredo é você se cercar de pessoas em quem você confia, pessoas com quem você se sente seguro, acolhido”.
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