Ísis Valverde: ‘Tenho muita vontade de ser mãe’
Por Redação - 23/06/17 às 13:00
Gloria Perez não erra. Ter escolhido Isis Valverde para interpretar a sonhadora R engraçada sereia Ritinha, foi "pule de dez". Numa ascensão profissional incrível, a atriz mineira de 30 anos já contabiliza oito novelas, três séries e cinco filmes no currículo. Sorte no trabalho, e também no amor. Ela conta isso é muito mais num bate-papo com a reportagem de OFuxico. Confira!
OFuxico – Ritinha já é sua nova marca. Assim como cada novo personagem que interpreta, desde a inesquecível Ana do Véu. Como encara essa popularidade?
Ísis Valverde – Gosto muito da reação das crianças e das senhoras. A galera da minha idade debate muito se Ritinha é mocinha ou vilã. As crianças só correm e me agarram. E não soltam! E eu amo esse carinho verdadeiro, puro. Criança tem atração por luz e eu queria construir um personagem luminoso, um sol. A Rita tem essa leveza, esse brilho, essa vida dentro dela que a criança percebe. E as senhoras têm o lado doce que ela tem. Por mais que ela brigue, por mais que seja tinhosa, ela é doce, encanta.
OF – Esse encantamento de mão dupla com as crianças não te aflora um sentimento especial? Até pela sintonia com o bebezinho Lorenzo, seu filho na história…
IV – Ah, o reloginho (biológico) bate. Eu já fiz 30 anos. Tenho muita vontade de ser mãe. O Lorenzo é incrível, reage a tudo. O Fiuk chorou esses dias porque o bebê começou a ficar com uma ligação em cena que ele nunca tinha tido com bebê nenhum. Ele é muito quietinho, acende 15 holofotes em cima dele e ele continua quietinho. Não tem como não se apaixonar.
OF – Você já se deu conta do quanto está bem na carreira?
IV – Eu já passei por muita coisa. Ficar longe da família, da cidade, gravar com dedo quebrado, com febre, tudo isso com relação a estar mal e falar: 'Dá pra ir'. Gravar a novela na Amazônia, por exemplo, foi tenso. A gente teve que enfrentar sol, chuva, correr num lugar selvagem, nadar no rio, se envolver com o boto, que não é um animal adestrado. Meu namorado (o empresário André Resende), que não é do ramo, um dia falou: 'Você é muito guerreira. Você ama o que você faz, né?'. E eu me emocionei. Eu não percebo que eu amo tanto, mas eu amo.
OF – A história da sereia tem sido bem aceita e, junto às outras tramas, tem elevado a audiência da novela. Essa leveza lúdica pode ter sido o toque de Midas?
IV – Não acredito. A novela que não tem outros núcleos, outras riquezas, dá um pouco de preguiça. O que eu achei interessante é o novo método que a Glória trouxe: são três protagonistas e a brincadeira da roda. Ela começou com a Ritinha, depois foi pra Jeiza (Paolla Oliveira), depois Bibi (Juliana Paes). Então ela tá intercalando a história para que o público não canse. O que a gente estava percebendo é que o brasileiro quer novidade a cada dia. A tal da 'barriga' da novela não funciona mais. Eu vejo amigos meus não querendo sair por causa da novela. Você não cansa dela e eu acho que esse é o sucesso. Está tudo bem amarrado, bem ligado, e todo mundo tem uma história pra contar.
OF – Você fala com muita ternura sobre a Ritinha. Como avalia a personagem?
IV – Desde o início ela me despertou o interesse por não ter rótulo da mocinha ou da vilã. A decisão que for tomada eu estou aceitando. Ritinha tem essa incógnita, esse mistério, essa coisa que as sereias têm. Esse fascínio, esse mistério que 'é boazinha e não é'. Aquele ser lindo que vem cantando e de repente a morte vem em seguida. É meio complicado falar sobre isso, só resta deixar a Glória Perez mostrar as vertentes da personagem ao longo da produção. Tem muita coisa pra acontecer ainda.
OF – E de quem é, afinal, o coração da sereia, do Ruy (Fiuk) ou do Zeca (Marco Pigossi)?
IV – Ela não fala que quer ficar com os dois, só diz que gosta dos dois. É são eles que querem ficar com ela. Ela gosta deles, mas isso não significa querer. Tanto que ela fala: 'Eu gosto de ver o Zeca louco por mim, mas eu não faço nada pra ele me querer, só estou gostando'. Ela fica ali, quieta, igual uma isca. Eu vejo a Rita como uma isca, e sereia é isso: ela senta na pedra, canta, quem se mata são os caras, não é ela que vai lá, eles se jogam na água, se afogam e morrem. É uma coisa que é quase uma indução à morte. É interessante o jeito como a Glória escreve a trama e o jeito como transita e envolve as pessoas. Acaba que você não culpa a Ritinha, culpa os outros. A Glória é gênia.
OF – Você teve medo de não dar certo ou acreditava no sucesso?
IV – Sempre me perguntaram se eu esperava sucesso. Se eu quiser alguma coisa em relação ao que eu não controlo, eu vou me frustrar. Então eu prefiro querer fazer bem, trabalhar bem, pra depois colher o fruto. Eu estou feliz com o resultado que eu vejo porque eu trabalho pra isso. Eu trabalhei três meses pra fazer essa personagem. Um personagem que mergulha sete metros, que usa uma cauda, dança carimbó, corre igual uma maluca, escala árvore, fala de outro jeito. Era um personagem todo construído e eu tive muito estudo e eu sou muito perfeccionista. Eu tenho muitos defeitos, e um deles é ser muito exigente comigo mesma.
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