Ithamara Koorax comemora seus 30 anos de carreira em SP

Por - 03/09/19 às 23:27

Divulgação

Ithamara Koorax comemora seus 30 anos de carreira com o lançamento do seu 25º disco, intitulado All Around The World, numa turnê pelas unidades do SESC em São Paulo.

Eleita uma das três melhores cantoras de jazz do mundo, o show tem direção musical e arranjos de Arnaldo DeSouteiro, que trabalhou por duas décadas com João Gilberto.

Em conversa com OFuxico, Ithamara contou um pouco sobre sua trajetória. Vem saber!

OFuxico – 30 anos de carreira e 25 álbuns. Como é essa comemoração pra você?

Ithamara Koorax – Uma alegria! Uma comemoração em dobro, né? E agradeço muito a Deus. Me sinto uma “sobrevivente” das muitas transformações que aconteceram durante esse período. Passei pela ascensão e queda do CD, por uma completa revolução na indústria musical. Ninguém mais tem equipamento de som em casa, todo mundo ouve música no celular. O grande lance agora é podcast, playlist, música com apelo visual. No exterior a minha carreira está estabilizada, no bom sentido. Mas no Brasil continuo precisando matar um leão por dia, aqui é uma batalha constante para conseguir fazer shows, especialmente no Rio, onde há poucos espaços para artistas de “porte médio” como eu. Nos anos 90 eu cheguei a ficar um mês inteiro em cartaz no Teatro Rival, de quinta a domingo. Isso não existe mais, ninguém mais faz temporada. É uma noite e pronto!

OF – Como começou a se apresentar no exterior?

IK – Nada foi planejado, tudo aconteceu naturalmente. Em 1990 eu fiz a minha primeira turnê pelo Japão, a convite de Mauricio Carrilho e Pedro Amorim. A gravadora japonesa JVC gostou e me contratou. No ano seguinte, o produtor Arnaldo DeSouteiro me chamou para alguns trabalhos nos Estados Unidos. Aí eu fui convidada para fazer shows na Inglaterra com o baterista Dom Um Romão, depois na Finlândia por um guitarrista de lá chamado Jarkko Toivonen, e assim foi acontecendo. Rolou um convite atrás do outro. E eu procurei não desapontar ninguém, dando sempre o melhor de mim. Até hoje sigo estudando e também dando aulas de canto, tenho alunas formidáveis. Quero ser uma eterna aprendiz que passa adiante o pouco que sabe, esse é o grande barato.

OF – Já tem mais shows agendados no Brasil? E lá fora?

IK – Em outubro farei shows na Bahia, onde me apresento em Salvador anualmente, e logo depois irei novamente para o Japão e a Coréia. Na volta começo a trabalhar num novo disco. Meu maior sonho é cantar na Polônia, onde meus pais nasceram. 

OF – A DownBeat já te elegeu várias vezes como a melhor no Jazz. O que isso representa, pessoalmente, a você?

IK – Me sinto gratificada, claro. É uma honra mas também uma grande responsabilidade porque que minhas gravações estão em coletâneas ao lado de Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Tony Bennett, Chet Baker, junto desse pessoal da pesada. Mas não me impressiono com prêmios. Vou lá, recebo feliz da vida, mas depois esqueço e recomeço a luta como se nada tivesse acontecido. Se a pessoa se deslumbrar, já era! Tem que continuar estudando e se aprimorando a cada dia. Para mim o maior prêmio que recebi foi ter tido a benção de gravar com meus maiores ídolos: Tom Jobim, Luiz Bonfá, Elizeth Cardoso, Marcos Valle, Eumir Deodato, uma turma grande. Não há satisfação maior.

OF – São Paulo vou o lugar do seu primeiro show. Qual a sensação de voltar celebrando esses 30 anos?

IK – Ótima! É um presentão que o Danilo Miranda, diretor regional do SESC-SP e um herói da cultura brasileira, está me dando. São Paulo tem um lugar muito especial no meu coração. Na minha adolescência, eu ia toda semana de ônibus para Sampa, para ter aulas de canto com a Professora Hercilia Bloch, que era a melhor do Brasil naquela época. Lembro da minha mãe me levando até a Rodoviária Novo Rio para me colocar no ônibus! Tempos depois, comecei a dar canjas ao lado de músicos como Filó Machado, Sabá e Nico Assumpção nos bares mais badalados. E em 89 eu voltei a São Paulo pela primeira vez como cantora profissional, a convite do Guinga e do Paulo Cesar Pinheiro, para fazer um show com eles. A Elizeth Cardoso estava na plateia, subiu ao palco para me elogiar, eu quase tive um troço, e aí ela virou minha madrinha. O público paulista sempre me recebeu com muito carinho. Então eu sei que irei me emocionar demais nesses shows, vai ser difícil segurar as lágrimas.

Serviço:
04/09/19, quarta-feira, 21h
Teatro SESC 24 de Maio (216 lugares)
Rua 24 de Maio, 109, Centro, 01041-001, São Paulo
Ingressos: R$40,00 / R$20,00 / R$12,00
Classificação Livre

5/09/19, quinta-feira, 20h30
Teatro Sesc Campinas (155 lugares)
Rua Dom José I, 270/333, Bonfim, 13070-741, Campinas
Ingressos: R$17,00 / R$8,50 / R$5,00
Ingressos a venda a partir do dia 27/08.
Classificação Livre

07/09/19, sábado, 20hs
Teatro Sesc Santo André
Rua Tamarutaca, 302, Vila Guiomar, 09071-130, Santo André
Classificação Livre

 

 
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