J.K. Rowling volta a polemizar com comentário sobre gays

Por - 10/07/20 às 11:00

Reprodução/Instagram

J.K. Rowling entrou em uma nova controvérsia esta semana, depois de ser acusada de transfóbica há alguns dias atrás. Agora, a autora de Harry Potter sugeriu que as substituições hormonais prescritas para pessoas trans são um 'novo tipo de terapia de conversão para jovens gays'.

Rowling foi criticada nas últimas semanas por postar comentários no Twitter que foram considerados transfóbicos, e agora ela alegou que alguns jovens que estão recebendo tratamentos com 'hormônios e cirurgia' por médicos, podem não ser transgêneros.

Ela escreveu na plataforma que ignorou 'tweets falsos' atribuídos a ela, ameaças de morte, ameaças de estupro, notícias falsas, mas decidiu não ficar calada.

"Quando você mente sobre o que eu acredito sobre medicamentos para a saúde mental e quando deturpa os pontos de vista de uma mulher trans a quem eu sinto admiração e solidariedade, você cruza a linha. Eu escrevi e falei sobre meus próprios desafios de Saúde mental, incluindo TOC, depressão e ansiedade. Fiz isso recentemente em 'TERF Wars'. Tomei antidepressivos no passado e eles me ajudaram", afirmou.

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A autora continuou dizendo que o que ela realmente queria dizer é que as pessoas que se submetem erroneamente à reposição hormonal ou à cirurgia completa podem enfrentar 'riscos à saúde a longo prazo'.

Ela acrescentou: "Muitos profissionais de saúde estão preocupados com o fato de os jovens que lutam com sua saúde mental estarem sendo desviados para hormônios e cirurgias quando isso pode não ser o caso. Muitos, inclusive eu, acreditam que estamos vendo um novo tipo de terapia de conversão para jovens gays, que estão em um caminho de medicalização ao longo da vida que pode resultar na perda de sua fertilidade e / ou função sexual completa. Como já disse muitas vezes, a transição pode ser a resposta para alguns, para outros não será (…) Os riscos à saúde a longo prazo de hormônios sexuais já são rastreados há muito tempo: os ativistas trans geralmente minimizam ou negam esses efeitos colaterais. Nada disso pode incomodar ou perturbar sua crença em sua própria justiça. Mas, se assim for, não posso fingir que me importo muito com sua opinião ruim sobre mim.", alfinetou.

A escritora de 54 anos, originalmente provocou polêmica com seus comentários quando foi ao Twitter no mês passado para criticar um artigo por usar a frase 'pessoas que menstruam' em vez de 'mulheres'.

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Mais tarde, ela publicou um longo post na rede social expressando suas 'profundas preocupações' sobre o impacto que o ativismo transgênero poderia ter na 'educação e proteção' das crianças.

Desde que fez sua afirmação, muitas estrelas da franquia de filmes de Harry Potter, incluindo Daniel Radcliffe, Rupert Grint e Emma Watson, se pronunciaram em defesa de pessoas trans.

Polêmica

J.K. Rowling, escritora da saga de livros Harry Potter, foi acusada de transfobia, após compartilhar o que achava de um artigo intitulado “Criando um Mundo Mais Igualitário Pós-COVID-19 para Pessoas que Menstruam”, na qual demonstrou não ter gostado do nome.

“Tenho certeza de que existia uma palavra para essas pessoas. Alguém consegue me ajudar. Wumben? Wimpund? Woomud?”, afirmou ela no Twitter, fazendo referência as variações propositais da palavra woman, que significa mulher em inglês.

Por conta disso, ela recebeu uma chuva de críticas por parte dos internautas, com alguns fãs de Harry Potter lembrando da baixa representatividade que a obra de J.K. carrega.

"Mulheres trans são mulheres; mulheres que não menstruam são mulheres; homens trans que menstruam são homens. F***-se a J.K. Rowling", esbravejou outro internauta. "Você é uma pessoa esperta. Como você ainda não entendeu a diferença entre sexo e gênero? É incrivelmente decepcionante", afirmou mais um.

Katie Leung foi estimulada por estes apontamentos, sendo a primeira integrante do elenco a se pronunciar em relação à escritora e sua declaração, mesmo sem citar o nome dela.

“Então, vocês querem as minhas opiniões sobre a Cho Chang? Aqui vão elas…(thread)”, escreveu, junto com uma série de linkspara doações e organizações que oferecem suporte para a comunidade negra trans.

O primeiro link compartilhado por Leung é para uma vaquinha virtual voltada para mulheres negras trans sem-teto, enquanto o segundo é de um abaixo-assinado pedindo maior suporte das autoridades britânicas para mulheres negras trans no Reino Unido.

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Já o terceiro, é um link da organização inglesa UK Black Pride. O quarto direcionava para a versão norte-americana da revista Vice, listando organizações que trabalham em prol de mulheres negras trans. Ao final, a hashtag#AsiansForBlackLives (cuja tradução seria “asiáticos pelas vidas negras”).

Lembrando que, após as críticas, J.K. Rowling veio a público para se defender: "Se o sexo não é real, não há atração pelo mesmo sexo. Se o sexo não é real, a realidade vivida das mulheres em todo o mundo é apagada. Conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo remove a capacidade de muitos de discutir suas vidas de maneira significativa. Não é ódio falar a verdade", constatou a artista.

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“A ideia de que mulheres como eu, que foram empáticas a pessoas trans por décadas, me sentindo como uma aliada porque elas estão vulneráveis da mesma forma que mulheres – em relação à violência masculina – 'odeiam' pessoas trans porque acham que sexo é real e viveu as consequências disso é sem sentido. Eu respeito o direito de pessoas trans viverem de forma confortável e autêntica. Eu marcharia com você se você fosse discriminado por ser trans. Da mesma forma, minha vida me formou como uma mulher. Não acredito que esteja fazendo uma declaração de ódio em afirmar isso", concluiu ela.

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