Jamelão cativa público em seus shows

As famosas frases de Jamelão, que vez ou outra são atiradas contra jornalistas ou fãs desprevenidos, já viraram símbolo do sambista. Mas não é este lado que aparece às quartas-feiras, na temporada que ele faz no Bar Brahma, no Centro de São Paulo, diante de um salão lotado.

Segundo o jornal Diário de São Paulo, o show, que é para durar uma hora, prolonga-se por duas, para agrado geral. E Jamelão, com seu vozeirão grave, pontua a maioria das canções com histórias da carreira. Seja quando canta, seja quando fala, tem o dom de cativar.

O artista, do alto de seus 94 anos, dá a contrapartida na medida dessa devoção. Num show quase sem roteiro, canta clássicos como Matriz ou Filial, Molambo, Esses Moços com tiradas típicas do cantor.

“Nem posso tomar um goró”, queixou-se ele, copo na mão, numa quarta-feira de chuva forte. “O médico proibiu. Me mandou tomar água. Mesmo com o mundo caindo lá fora, com São Paulo se afogando e morros se desfazendo de tanta água. Mas isso vai passar. Em fevereiro, não haverá doutor que me segure. Vou mergulhar…”, disse ele à publicação.

Mas, uisquinhos à parte, Jamelão solta mais uma frase: Dia desses, uma senhora perdeu a noção do perigo: a certa altura, esbaforida, cismou de correr e tascar-lhe um beijo na mão. “Sai pra lá minha filha, que negócio é esse? Tá pensando que eu sou pai-de-santo?”, disparou Jamelão, para riso da platéia.

Serviço:

Show de Jamelão: quartas-feiras, às 22h30

Local: Bar Brahma (Av. São João, 677, Centro, tel.: 3333-0855).

Couvert: R$30.