Jeniffer Setti guarda diploma de advogda para ser atriz
Por Redação - 23/06/13 às 14:29
O corpo malhado e as curvas suntuosas se mostraram, ao longo dos anos, como um empecilho para Jeniffer Setti em sua carreira. Enquanto muitas atrizes buscam atingir formas perfeitas para a televisão, a intérprete de Inocência, de Dona Xepa, sentiu que sua beleza era um entrave durante os testes para tevê. Taxada por diretores e produtores de elenco como sensual demais por diversas vezes, ela passou a ir para as avaliações tentando esconder suas formas voluptuosas.
"Mudei meu cabelo, usava pouca maquiagem, ia de bermudão e blusa larga. Mas, mesmo assim, não conseguia'', lembra.
Na trama de Gustavo Reiz, a personagem é ajudante de Ângelo, papel de Castrinho, na padaria. Viúva do padeiro, ela se emociona a cada fornada de pão. Conhecida como viuvinha da Vila, Inocência povoa o imaginário masculino, justamente por ser muito recatada. Entretanto, boa parte dos moradores da vila acreditam que sua imagem de boa moça seja falsa.
"Por trás da história, tem um mistério. O autor sempre pede para eu dar um tom enigmático nas cenas. Até onde esse luto dela é real, nem eu sei", desconversa a atriz, que afirma que a personagem passará por uma transformação.
"Chega um ponto em que Inocência tira o luto e se transforma em uma mulher bonita", adianta.
O fato de interpretar uma viúva que alimenta o luto constantemente e se veste de forma recatada atraiu a atenção de Jeniffer, que viu no papel uma chance de mostrar seu talento em vez da boa forma. Além disso, ela encara a sensualidade oculta da personagem como uma forma de exercitar as várias facetas de sua atuação.
"Quando uma mulher é bonita, ela tem de mostrar o dobro do talento. Senão, é apenas mais uma mulher bonita. É um papel muito bacana porque são duas personalidades em uma única história", explica.
Em seu primeiro papel fixo em novelas, Jeniffer ressalta a segurança de assinar um contrato de um ano e meio com uma emissora. Após ter feito diversas participações em novelas, como Os Mutantes, Rei Davi, Máscaras e no humorístico Zorra Total, na Globo, a atriz começou a sentir, pela primeira vez, que tinha tomado a decisão certa ao trocar o Direito pelas Artes Cênicas.
"Estou com os pés no chão. Um contrato dá muita segurança para um ator. Já tinha feito mais de 30 testes na Record. E, dessa vez, posso mostrar meu talento e minha beleza", gaba-se ela, que se encantou com a profissão ao fazer sua primeira peça, aos 13 anos.
Formada em Artes Cênicas pela Escola Sated, no Rio de Janeiro, em 2004, Jeniffer trabalhou com teatro por vários anos até buscar a tevê. Entretanto, após sucessivas respostas negativas, a atriz decidiu estudar Direito como um plano alternativo para a profissão.
"Me formei, fiz exame da Ordem dos Advogados e até aluguei sala para montar meu escritório. Mas desisti em cima da hora para tentar a sorte de novo como atriz", lembra.
Ainda começando a trilhar um caminho nas novelas, Jeniffer tem uma resistência a se ver no vídeo. Mas acredita que seja um "mal necessário" para aprimorar suas sequências.
"Se assistir é muito estranho. Mas me vejo só para filtrar o que há de bom ou de ruim na atuação. Você só começa a construir um personagem quando se vê em cena", aponta.
Contracenando diretamente com Ângela Leal, que vive a personagem-título da trama, Bia Montez, que interpreta Maltida, e Castrinho, a atriz acredita ter sorte por trabalhar ao lado de grandes nomes da dramaturgia.
"São pessoas muito solícitas e sempre prontas para ajudar. A Ângela me passou uma segurança incrível na minha primeira cena", elogia ela, que afirma que, por fazer parte do elenco fixo, ganhou mais respeito dentro do meio.
"Quando você faz participações, as pessoas não têm muito carinho", lamenta.
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