Jonas Bloch participa de especial de fim de ano da Record

Por - 24/11/12 às 18:00

Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

Muitos atores preferem investir em trabalhos de curta duração na tevê. Na maioria das vezes, com menos compromisso comercial, esse tipo de produção pode se tornar mais elaborada artisticamente e mostrar um resultado final mais cuidadoso. Jonas Bloch faz parte dessa corrente. Apesar das muitas novelas no currículo, o ator não esconde sua preferência hoje por trabalhos de menor porte. Esse é o caso da próxima produção que fará na tevê, o telefilme A Tragédia da Rua das Flores, especial de fim de ano da Record que vai ao ar em dezembro.

"Muitos acreditam que o que vende é o apelativo. Produções mais pobres no cunho artístico. E eu não acredito nisso. O lado essencialmente comercial muitas vezes ignora que a nova classe C, por exemplo, também é muito sensível", opina.

O telefilme – produção feita toda em formato de cinema, mas que é exibida apenas na televisão – é baseado no conto homônimo de Eça de Queiroz.

"Na época, pelo que me contaram, chegaram a aconselhar o autor a não publicar a história, de tão forte que é", revela.

Na trama, Jonas interpreta Timóteo, um juiz aposentado e solitário que sofre um acidente e passa a viver sobre uma cadeira de rodas.

"Entrava no hotel onde estava hospedado durante as filmagens com a cadeira de rodas. Todos vinham me perguntar se eu estava bem. Foi engraçado", diverte-se o ator, que apenas aproveitava o tempo livre para entender como é a vida de pessoas com deficiência motora. 

Ainda jovem, o personagem era apaixonado por Jô, vivida por Daniela Galli, que acaba se casando com o seu irmão.

"Acontece que ele acaba se matando e ela abandona o filho, Vitor, que passa a ser cuidado pelo Timóteo", resume, referindo-se ao personagem de Arthur Aguiar.

No conto, Jô reencontra o filho já mais velho e, sem reconhecê-lo, passa a ter uma relação incestuosa com o rapaz.

"Prefiro não adiantar muito para o telespectador se surpreender. Mas a história original muita gente já conhece", desconversa.

Apesar do original ter sido escrito em 1878, Del Rangel, diretor do telefilme, optou por contar a história nos tempos atuais. Além disso, São Paulo foi escolhido como cenário da trama.

"Fizemos apenas uma cena em estdio, que ilustrava um hospital. As outras foram locações", lembra Jonas, que já terminou de gravar.

A Tragédia da Rua das Flores é uma parceria da Record com a Ink, produtora de cinema.

"Acho que devemos fazer mais trabalhos juntos. Tudo foi tão bem feito, deu tão certo que torço para que elas sigam em novos projetos", elogia. 

Na Record desde 2006, quando atuou em Bicho do Mato, Jonas não chegou a trabalhar em outro tipo de produção a não ser em folhetins.

"Espero ser chamado para outros produtos como esse. Acabou sendo ainda melhor pois não podia aceitar convites para fazer cinema há muito tempo por conta das novelas e peças. No telefilme, pude matar um pouco da saudade", comemora ele, que praticamente emendou o fim de Máscaras, mais recente folhetim em que atuou e que terminou em outubro, com as gravações de A Tragédia da Rua das Flores.

"Máscaras foi muito cansativo. Achei que me dariam uma folguinha, mas fui escalado direto para o especial. Não me cansei tanto porque estava muito satisfeito com a produção, mas espero agora poder dar um tempinho para viajar", confessa. 

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