José Mayer: “É uma grande bobagem ficar aguardando ‘o beijo gay’”

 Nem mesmo quando Aguinaldo Silva tentou desconstruir a alcunha de galã de José Mayer, dando a ele um papel de peixeiro em Fina Estampa, o ator perdeu o estigma que há muito tempo carrega.

Em Império, novela que estreia na Globo no próximo dia 21, ele será o cerimonialista Cláudio,  que embora seja casado e pai de dois filhos, é homossexual.  Para Mayer, um verdadeiro presente na carreira.

 “A gente fica sempre na expectativa, eu espero a aceitação, um retorno positivo. Só esse fato do elemento surpresa já é muito interessante. O Aguinaldo já tinha feito isso comigo antes, quando me deu o Pereirinha , de Fina Estampa. Este novo personagem é muito grande, com uma abordagem que a telenovela não costuma fazer em relação à homossexualidade. Foi uma ruptura estética da minha imagem de galã, que estava solidificada. E agora é outra reversão, outra quebra que também pode ser muito interessante e renovar o olhar do público em relação ao meu trabalho. Galã é uma função ligada à juventude, eu diria. A menos que os teledramaturgos escrevam histórias românticas para homens maduros e sessentões como eu”, disse ele, durante a coletiva de imprensa realizada no Projac, na Zona Oeste do Rio, nesta terça-feira (1).

 Com a onda de beijo gay, foi inevitável deixar o assunto de lado. Mas ele logo se posicionou.

 “É uma grande bobagem ficar guardando para o capítulo tal para ver o beijo. Acaba acontecendo uma espetacularização de algo que devia ser normal, cotidiano e simples. As pessoas se beijam por afeição. Acaba se armando uma festa em torno de finais de novela, aguardando o excepcional beijo, quanta hipocrisia! Amor não é estagnado, a moral não é estagnada, tudo muda”, destacou.

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