José Mayer sobre trabalhar com Lilia Cabral: “Sou viciado nela”

Por - 14/06/13 às 07:49

Jorge Rodrigues Jorge/ Carta Z Noticias

Mesmo aos 62 anos, José Mayer ainda é considerado um dos maiores galãs da tevê brasileira. Não é à toa que Zico Rosado, seu personagem em Saramandaia, tenha sofrido mudanças e agora se encaminhe para o lado romântico, que não existia na primeira versão do folhetim, escrito em 1976 por Dias Gomes. Vitória, vivida por Lilia Cabral, foi criada no remake de Ricardo Linhares para que o personagem, que já é casado com Helena, interpretada por Ângela Figueiredo, possa usar do charme e fama de conquistador alcançada pelo ator. Repetir a parceria com Lilia – esta é a 4ª vez que atuam como casal – é um dos motivos que o levou a aceitar o papel.

"Sou viciado nela. Somos uma tabelinha que funciona, do tipo Neymar e Messi", diz, fazendo alusão à nova dupla de ataque do Barcelona.

Apesar de reconhecer o status de pegador nas novelas, o ator tenta afastar essa imagem.

"Eu sou o alento para os velhinhos", diverte-se.

O realismo fantástico, presente na obra original, também é a característica mais marcante desta versão de Saramandaia. Para viver Zico Rosado, um fazendeiro que solta formigas pelo nariz quando está furioso, o ator teve ajuda de efeitos visuais. O que, no entanto, não o livrou de "contracenar" com as formigas.

"Eu pego com as mãos e espalho pelo meu bigode", conta.

"Talvez, outros atores fossem ter problema com isso, mas eu tiro de letra. Lido com animais desde pequeno. Só faz cócegas", detalha, aos risos.

Na trama de Ricardo Linhares, Zico Rosado é quase um coronel da cidade de Bole-Bole.

"É um retrato do político corrupto do Brasil, que é acusado de tudo, mas nunca é punido", compara. 

A manutenção de personagens como Dona Redonda, Seu Encolheu e João Gibão, vividos por Vera Holtz, Matheus Nachtergaele e Sérgio Guizé, que brincam com o imaginário fantástico, é bem vista por José Mayer.

"Mergulhar nesse universo mágico e lúdico oxigena a temática da novela", avalia.

"As tramas, em geral, estão muito focadas na celebração da vilania e da maldade", critica.

O contexto histórico também mudou de 1976 para os dias atuais. Na primeira versão da novela, as metáforas eram usadas para dizer o que não era permitido pela ditadura militar. Agora, sem censura, José Mayer acredita que a trama ganhou outra conotação. Com tantos personagens diferentes, como por exemplo uma mulher que come até explodir e outro que tem asas, Saramandaia abrirá os olhos do público para o que é diferente.

"É uma época mais tolerante. Mas, ainda assim, a mensagem de compreensão das diferenças e aceitação das minorias é atemporal", reflete.

Apesar da nova trama das 11 ser um remake, José garante que não assistiu à versão original de Dias Gomes.

"Não vale a pena. O meu trabalho não é comparável ao de outro ator", afirma.

Além disso, segundo ele, Zico Rosado é um personagem totalmente diferente, agora que é envolvido em tramas amorosas.

"É importante que eu imprima minha maneira de ver, que eu reinvente", acredita. A possibilidade de amor do papel, inclusive, fez com que o ator mudasse o visual. Distanciando-se de Pereirinha, de Fina Estampa, seu último personagem na tevê, Mayer agora é visto com o cabelo curto e a barba por fazer.

"Achei que isso combinava com um coronel mandão, mas que ainda está disposto a se apaixonar", filosofa.

Lilia Cabral e José Mayer engatam mais um par romântico
José Mayer diz não ter planos para novo trabalho
José Mayer dá adeus à barba longa e passeia com a filha

Pioneiro no Brasil em cobertura de entretenimento, famosos, televisão e estilo de vida, em 24 anos de história OFuxico segue princípios editoriais norteados por valores que definem a prática do bom jornalismo. Especializado em assuntos do entretenimento, celebridades, televisão, novelas e séries, música, cinema, teatro e artes cênicas em geral, cultura pop, moda, estilo de vida, entre outros.