Juca de Oliveira sobre peça: ‘Vendi um carro para fazer’

Por - 12/03/20 às 17:17

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A Jovem Pan é uma das maiores rádios do Brasil, sendo ponto de referência em diversos sentidos e programas, como é o caso do Morning Show, um dos mais conhecidos entre o público.

No programa desta quinta-feira (12), os grandes convidados da bancada foram Juca de Oliveira e Taumaturgo Ferreira, que estão em cartaz com a peça Mãos Limpas em São Paulo, no Teatro Renaissance.

Como dramaturgo, Juca de Oliveira é craque em comédias inspiradas nos bastidores da política, com Mãos Limpas focando em dois traficantes (interpretados por eles) que escapam de uma batida policial e se escondem em um apartamento vazio.

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“O meu gatilho é sempre o mesmo. Eu escrevo primeiro sobre coisas pelas quais eu me apaixono e segundo pelas coisas que me irritam. A vida do intérprete e sobretudo do escritor está muito ligada à realidade a qual ele vive e também aqueles aspectos que mais mexem com ele”, explicou Juca, quando perguntado sobre o processo criativo de uma obra.

Taumaturgo, por sua vez, revelou sua enorme gratidão em fazer parte do processo: “Eu sempre fui fã de Juca, no estilo de escrever e falar de todos os sentimentos humanos, mas sempre com muito humor. Ele não faz comédia para ser engraçado, ele faz comédia suja. Então pra mim fazer essa peça é uma pura felicidade”.

Além da peça, os artistas comentaram sobre os mais variados assuntos, inclusive sobre a maneira com que o atual governo federal trata a cultura, além de afirmarem que a peça não conta com nenhum patrocínio e nem tampouco incentivo público.

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“Eu não acho que faz sentido você dar dinheiro da educação, da segurança e da saúde para um profissional. O teatro nasceu do trabalho da classe artística em função da bilheteria”, declarou Juca, explicando que encontrou outras maneiras de arrecadar fundos para a promoção do espetáculo.

“Eu e Fúlvio Stefanini vendemos um carro. Foi gasto R$ 65.000,00 para fazer essa peça. Ninguém consegue fazer uma peça, segundo a Lei Rouanet, sem ter pelo menos um milhão de reais. Eu acho que o Estado deve incentivar as artes, os estudantes, os jovens; aqueles que realmente querem enveredar pela arte tem que contar com o auxílio do governo”.

A peça Mãos Limpas conta com sessões às sexta-feira e aos sábados às 21h e domingo às 18h, ficando em cartaz até o final de abril no Teatro Renaissance.

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