Júlia Lemmertz sente saudade de dividir o camarim com o marido

Por - 10/12/10 às 17:00

Divulgação/TV Globo

Júlia Lemmertz é a estrela da capa da Revista Camarim de janeiro de 2011. A atriz bateu um longo papo, no qual falou sobre a sua peça de teatro, Deus da Carnificina, com texto de Yasmina Reza, comentou sobre a sua atuação em Araguaia, deixando a sua opinião sobre mulheres que se envolvem com homens mais jovens e ainda revelou que sente saudade de contracenar com o marido, Alexandre Borges, que atualmente está no ar na novela Ti-ti-ti, da Globo.

Confira alguns trechos da matéria:

Revista Camarim: Você já conhecia o texto da Yasmina Reza, autora do espetáculo ‘Deus da Carnificina’?

Júlia Lemmertz: Não. Já tinha ouvido falar desta peça. Muito bem por sinal, mas não tinha lido. Vi outras peças dela que já tinha gostado muito.

RC: No espetáculo, sua personagem Annete, é muito intensa. Você se inspirou em alguém para compor a personagem?

JL: Não exatamente. Ela foi surgindo nos ensaios, a partir de improvisações, das observações do Emílio de Mello, que me sugeriu ver uns filmes com a Geena Rolands, que faz tão bem uma mulher à beira de um ataque de nervos, ou além dele. Entretanto, Annete foi a mistura de tudo, e tudo estava no texto.

RC: Foi difícil a composição da personagem?

JL: Até achar o caminho, sempre é.  A gente nunca sabe nada, até se inspirar e se deixar levar na viagem da construção dela.

RC: O espetáculo fala da relação humana. Na sua opinião, qual o maior defeito do ser humano? Por quê?

JL: A intolerância. É um dos piores, você não ser capaz de aceitar as diferenças, não admitir que existam outras verdades, que não a sua. Tem a ver com tantas guerras e preconceitos. É bem triste.

RC: Qual é a sensação em dividir a cena com os atores Paulo Betti, Deborah Evelyn e Orã Figuereido?

JL: São grandes companheiros. Somos os quatro mosqueteiros, um por todos e todos por um! Estamos felizes juntos, fazendo um trabalho bacana e cheios de figurinhas pra trocar.  É muito bom estar com atores tão inspirados e dedicados ao teatro, fora que tem muito bom humor e carinho entre a gente.

RC: Como é a Júlia fora do camarim?

JL: Corro para todo lado. Gravando novela, sendo mãe, dona de casa, esposa, e chegando na hora no teatro!

RC: Com quem você dividiria o camarim?

JL: Adoro dividir o camarim, sempre tive boas companhias. Ando com saudades da época que dividia com o Alexandre (Borges), meu marido e melhor companheiro, um ator maravilhoso e muito bom de camarim!

RC: Você é religiosa?

JL: Sou uma pessoa de fé. Fui batizada na igreja católica, casei também lá, mas me interesso por todas as religiões, acho que está tudo conectado.

RC: Qual o significado do teatro em sua vida?

JL: Significa trabalho, dedicação, ele transforma pó em ouro, ajuda a gente a ter fôlego, fibra , faz a gente entender melhor a vida.

RC: Atuar é…

JL: Viver. A gente atua o tempo todo, de diferentes formas, no caso do ator , vivemos disso.

RC: Na novela ‘Araguaia’, sua personagem Amélia, casou por interesse. Para compor a personagem, você se inspirou em alguém?

JL: Não. E nem é tão simples assim, existe um autor que é o Walter Negrão, que justifica essa escolha dela, não só por interesse, por necessidade, por não ter outra saída. Enfim, novelas são histórias que você tem que embarcar, ela própria já te leva.

RC: Na trama, Amélia irá se apaixonar por um homem mais novo. Em sua opinião, a mulher ainda sofre preconceito por ser envolver com o parceiro mais jovem?

JL: Acho uma hipocrisia isso de uma mulher mais velha não poder ter um relacionamento com um homem mais novo, o contrario é perfeitamente possível e ninguém contesta, acha até bacana, é um pensamento machista e eu não dou a mínima pra ele. Cada um que seja feliz do jeito que achar que deve.

RC: Qual é o seu maior sonho?

JL: Ter saúde pra envelhecer bem. Podendo exercer a minha profissão, ver meu filhos terem os seus filhos, ver o mundo mudar e eu junto com ele.

RC: Qual a noticia que você gostaria de ver estampada na capa de um jornal?

JL:  ‘Não há mais a linha de pobreza. Estamos todos acima dela: alimentados, educados e empregados.’

RC: Qual o seu maior medo?

JL: Ser dependente fisicamente. Perder a memória, ficar incapaz de viver bem.

RC: Quais são as suas expectativas para 2011?

JL: Espero que essas mudanças, que começaram a apontar nesse ano de 2010, se concretizem. Que a gente ande pra frente, apresente soluções, que seja para o bem comum. E que a nossa peça continue em cartaz com sucesso por onde passar!

 

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