Juliana Caldas diz que sua personagem em novela das 21h abriu portas
Por Redação - 16/11/17 às 20:50
Interpretando Estela em O Outro Lado do Paraíso, novela das 21h da Rede Globo, Juliana Caldas falou a respeito da representavidade de sua personagem sobre a realidade das pessoas que são portadoras de nanismo, abordando também a questão da acessibilidade, discriminação e rejeição, para a revista Minha Novela.
Com 30 anos de idade, e 1,22m de altura, a atriz disse que está muito feliz em seu "primeiro trabalho grande", uma vez que o papel é o primeiro na televisão.
Para Ju, as cenas em que Estela é rejeitada pela mãe, Sophia (Marieta Severo) são algumas das partes mais difíceis de serem gravadas.
"É complicado, tanto para mim quanto para a Marieta. A gente procura sempre conversar antes das cenas, afinal é muita crueldade o que a Sophia falar para a Estela. Não deixa de ser difícil para mim também, por ouvir as coisas que a Estelas escuta e saber que existe pessoas preconceituosas", disse a artista.
Assim como a personagem que é portadora de nanismo, a atriz sofre problemas com a acessilibidade todos os dias, principalmente em lugares públicos e que a discriminação é recorrente: "O preconceito vem de coisas simples. Ninguém se importa com as nossas necessidades. O desrespeito também parte das pessoas, com a gozação e o deboche", contou.
Juliana acha que sua personagem é bem forte, ainda mais pelas palavras duras que escuta sempre de sua mãe, e que tem o amor como prioridade.
"Estela não chega a ser depressiva e revoltada por conta do nanismo. Os irmãos zombam dela, mas ela sabe que não agem por maldade, e sim por brincadeiras. Eu mesmo tenho um irmão que, quando mais novos, brigávamos, mas depois já estávamos brincando. Mesmo com a rejeição da mãe, Estela a ama. Ela acredita que Sophia, no fundo, a ama, mas não sabe lidar com esse sentimento", pontuou a artista para a revista.
Antes de estrear nas telinhas, a atriz trabalhava com teatro infantil. Então quando soube que estavam procurando uma atriz anã para elencar uma novela, ela tentou e passou por vários testes em São Paulo, até ser notificada que foi aprovada.
"Era um desejo que realmente deixei guardado dentro de mim: fazer um papel mais dramático e sair do esteótipo do anã engraçado, da comédia. Eu sonhava em fazer um personagem mais adulto, com um nível de dramatização maior. Agora veio tudo junto: o drama, a discussão sobre o nanismo, o preconceito… Foi uma mudança de oito a oitenta", explicou Juliana.
Para ela, a trama de Walcyr Carrasco, foi um divisor de águas não apenas para ela, como também para outros anões artistas, e isso a deixa muito feliz.
"Há muitos anões atores, espero que as emissoras e produtoras nos vejam como artistas e, depois, como uma pessoa com nanismo. O ator dá vida a uma enorme gama de sentimentos e situações, como existe na sociedade anão que é advogado, médico… Quero respeito pelo nosso trabalho", concluiu a atriz.
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