Kleiton & Kledir em dose dupla no Jô

Por - 13/07/06 às 20:29

Bene Alves

Nesta quinta-feira, dia 13, o Programa do Jô recebe hoje os irmãos Kleiton&Kledir em seu programa e passa a limpo a careira dos manos gauchos numa entrevista  imperdível. Entre as novidades, eles falarão da alegria de estarem entre os finalistas do Premio TIM de Músic,a que acontece dua 25 próximo no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Serão dois blocos inteiros de conversa com muito humor e até revelaçõe da intimidade da dupla, entre elas fotos onde eles aparecem peladões… quando criança. Pra fechar, uma canja especial, onde a dupla cantará acopanhada por sua banda.

Kleiton & Kledir lançaram recentemente um CD e DVD gravado ao vivo,  e agora percorrem o Brasil com o novo show. No próximo sábado, dia 15, eles cantam no Canecão, Rio de Janeiro. Em seguida, de 17 a 30 deste mês, será a vez de Curitiba… e por ai vai.

O novo projeto

No início dos anos 80, um crítico carioca tentou definir Kleiton & Kledir como "uma dupla de ingleses que canta uma língua parecida com o português". O público não estranhou o idioma e consagrou nacionalmente ‘Paixão’, ‘Maria Fumaça’, ‘Vira virou’, ‘Fonte da saudade’, ‘Deu pra ti’ e ‘Nem pensar’. Artistas como Mercedes Sosa, Simone, Chitãozinho & Xororó, Caetano Veloso e Fito Paez também não se perturbaram com o sotaque e gravaram o repertório de K&K. Os "ingleses" inspiraram até tema de samba-enredo, no Carnaval carioca de 2002. Vinte anos depois, já dá para tentar outra definição: Kleiton & Kledir são uma dupla que canta música popular gaúcha brasileira.
O CD e o DVD “Kleiton & Kledir Ao Vivo” são a prova de que os adjetivos gaúcho, brasileiro e popular são sinônimos de Kleiton e Kledir. O registro do show gravado no Salão de Atos da PUCRS, em Porto Alegre, no início de setembro, e produzido por Paul Ralphes (este, sim, inglês da gema), que já trabalhou com Kid Abelha, Cidade Negra e Skank, contempla desde canções que valorizam tradição e memória, como ‘Maria Fumaça’, ‘Vento Negro’, ‘Noite de São João’ e ‘Canção da meia-noite’, até baladas delicadas como ‘Fonte da saudade’ e ‘Estrela, estrela’ (esta com a participação do autor e mano de K&K, Vitor Ramil), e épicos como ‘Vira, virou’. Um dos diferenciais da dupla, o dom de transformar em poesia expressões do cotidiano,  brilha em ‘Deu pra ti’, ‘Paixão’ (capaz que alguém não conhece o verso "ah, esse maldito fecho ecler"?) e nas duas músicas novas “Capaz”  e “Então tá”, recolhidas entre as 60 inéditas que Kleiton e Kledir reservam para um novo disco, agendado para 2006.
Os extras do DVD trazem ainda comentários da dupla sobre o show, making of do espetáculo, todas as 16 músicas do repertório cifradas, legendas em português, inglês e espanhol, e ainda um documentário que mostra K&K viajando de Pelotas a Porto Alegre e lembrando pessoas e lugares importantes em suas carreiras.
Depois de uma separação de mais de sete anos, que valeu para que Kleiton estudasse por algum tempo em Paris e para que Kledir explorasse a carreira solo e o talento de cronista, eles voltaram dispostos a mostrar que não esqueceram o idioma do sucesso. Como resumiu Kledir: “Não somos de nenhuma turma. Gostamos de Beatles, de milonga e de Noel Rosa”.
Deu pra entender? Traduzindo em bom português: os guris continuam tri a fim de compor e cantar, e a turma deles não é só a do Bom Fim, mas todos aqueles que são fãs da música popular gaúcha brasileira.

 

KK – A história da dupla

Kleiton & Kledir nasceram em Pelotas, RS, uma região de clima frio e colonização européia. Começaram a estudar música muito cedo e nos anos 70 foram para a universidade em Porto Alegre, onde cursaram Engenharia e Composição e Regência. Kleiton fez curso de Maîtrise pela Universidade Paris VIII, da França, Mestrado em Música Eletroacústica pela UFRJ e exerceu a atividade acadêmica como professor da Escola de Música da UFRJ.
Em 1975, com mais 3 amigos, lançaram “Almôndegas”, a banda que foi um marco na história da música popular do Rio Grande. Foram 4 discos gravados, uma infinidade de shows, a mudança para o Rio de Janeiro e a confirmação de que estavam no caminho certo.
O primeiro disco de Kleiton & Kledir foi lançado em 1980 e rapidamente a dupla se transformou num enorme sucesso. As rádios começaram a tocar suas músicas sem parar e o público lotava seus shows por todo país. Durante anos a história se repetiu. Foram 5 discos (mais 1 em espanhol) o que lhes rendeu disco de ouro e shows por USA, Europa e América Latina. Gravaram em Los Angeles, New York, Lisboa, Paris, Miami e Buenos Aires. Suas composições foram gravadas por Simone, Nara Leão, MPB4, Caetano Veloso, Xuxa, Fafá de Belém, Nenhum de Nós, Zizi Possi, Ivan Lins, Chitãozinho e Xororó, Zezé de Camargo e Luciano, Leonardo, Fat Family, Emilio Santiago e muitos outros. Também pelo mundo afora suas músicas ganharam versões de grandes artistas, como os argentinos Mercedes Sosa e Fito Paez e a cantora portuguesa Eugenia Mello e Castro.
  Kleiton & Kledir trouxeram definitivamente para a cultura popular brasileira a nova música gaúcha. Eternizaram um sotaque diferente e uma outra maneira de falar e cantar, com termos até então desconhecidos como “Deu pra ti”, “Tri legal”, etc. Esse jeito diferente de ser e fazer as coisas transformou K&K numa referência fundamental para quem quer entender a música brasileira do nosso tempo. Acabaram se transformando em símbolos do gaúcho contemporâneo, do homem moderno do sul do Brasil, o que fez com que o Governo do Estado lhes conferisse o título de “Embaixadores Culturais do Rio Grande do Sul”.
Mas apesar de tanto sucesso a dupla resolveu se separar. Kleiton foi viver na França, Kledir ficou no Rio. Gravaram discos solo, fizeram outros projetos e produções. Mas a saudade bateu e eles voltaram, depois de “umas férias de 7 anos”. E parece que não apenas eles estavam com saudade um do outro. O público também esperava essa volta.
Desde que retornaram, K&K gravaram os CDs “DOIS” (Som Livre) e “SUL” (Universal) e lançaram coletâneas que venderam ½ milhão de cópias. Montaram um espetáculo emocionante e percorreram o Brasil de norte a sul, entusiasmando sua enorme legião de admiradores e conquistando uma novíssima geração de fãs. Estiveram em Paris onde apresentaram uma série de 6 shows no Museu do Louvre e estiveram em tournée 2 vezes pelos EUA.
No carnaval carioca de 2002 foram homenageados pela Escola de Samba Caprichosos de Pilares, que desfilou com um enredo inspirado na música “Deu pra ti”.
Recentemente apresentaram um espetáculo na Ópera de Arame, em Curitiba, com a participação de 20 corais, totalizando 500 vozes. Foi uma noite inesquecível e a culminação dos shows que têm feito todo o país, sempre com a presença de corais, em cada cidade que chegam.
A Universal colocou no mercado vários CDs contendo a obra da primeira fase da dupla, nos anos 80. São 5 discos de Kleiton & Kledir, que haviam sido lançados apenas em LP, e também os 2 últimos do Almôndegas (Alhos com Bugalhos e Circo de Marionetes). 
Em 2003 apresentaram em Porto Alegre o aguardado espetáculo Kleiton, Kledir & Vitor Ramil, reunindo os 3 irmãos e a Orquestra da Ulbra.
Estão terminando de formatar o projeto Letra & Música, um workshop sobre criação de música popular (com livro, CDRom e site) que deverá percorrer as universidades de todo Brasil.

 

Texto sobre o disco: Renato Mendonça
Fotos:Bene Alves
Em tempo: Kledir é colunista pioneiro de OFuxico.

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