Laura Neiva faz desabafo sobre epilepsia

Por - 25/05/20 às 08:18

Reprodução/Instagram

Em dezembro do ano passado, ao conceder uma entrevista para uma revista de circulação nacional, Laura Neiva revelou ser portadora de epilepsia congênita. E na noite de domingo (24), a mulher de Chay Suede resolveu usar seu perfil no Instagram para ajudar pessoas que tenham o mesmo problema, que consiste numa alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos.

Desde que revelou a doença, a atriz tem recebido muitas mensagens de pessoas pedindo informações, principalmente sobre como ela lidou durante a gestação de Maria, sua filha de quatro meses.

"Eu descobri que era epiléptica quando tinha 19 e tive minha primeira convulsão. Estava em casa e fui levada para o hospital. Lá eu fui diagnosticada como epiléptica congênita, ou seja, eu nasci com a doença", disse.

Sintomas desde a adolescência

A artista de 26 anos começou a sentir os sintomas da epilepsia aos 14. Em seu relato, Laura contou que sentia como se saísse do corpo e voltasse, em uma sensação intensa que durava milésimos de segundo. Era algo in explicável e somente diante do diagnóstico, ela foi informada por um neurologista que o que sentia era a aura, o que pode anteceder uma convulsão.

"É como se fosse um aviso do meu cérebro. Hoje quanto eu sinto isso é uma hora que tenho que sentar ou avisar alguém. Todo mundo que convive comigo sabe que eu sou epiléptica e que tomo remédio. É importante avisar às pessoas, falar para todo mundo e não ter vergonha. Por muito tempo eu tinha vergonha, primeiro de dizer que eu tinha uma doença. Tinha muita dificuldade de tomar remédio, porque achava que meu corpo não ia dar conta de lidar com isso sozinha, que ia ficar dependente", confessou. 

Neste processo de aceitação, a atriz interrompeu a medicação.

"Acabei deixando de tomar o remédio. As crises foram piorando, teve alguns acidentes, até que aconteceu uma situação grave e percebi que o remédio estava ali para me ajudar e me salvar. Desde então tenho consciência dos riscos que posso colocar à minha vida", disse.

Medos, incertezas e preconceito 

Laura destacou que não era apenas ela que sofria os efeitos da epilepsia. Por se recusar a tomar a medicação, acabava afetando também seus familiares. E isso resultava numa série de medos.

"Ficavam com medo de eu dirigir, ficar sozinha e tomar banho", lembrou.

Durante as crises de convulsão, havia quem achasse que se tratava de problema espiritual, rechaçando a doença. Algo que Laura confessou acontecer até hoje. Além de incentivar a quem passe pelo mesmo a procurar ajuda médica, a mulher de Chay alertou as pessoas para tomarem cuidado ao socorrer alguém com crises epilépticas. Alguns cuidados são primordiais, como não colocar o dedo ou mão na boca de quem está tendo uma convulsão.

"A primeira pessoa que me ajudou quando eu estava tendo convulsão eu quase tirei o dedo dela fora porque ela foi tentar segurar minha língua", lembrou.

Gravidez

Laura disse ainda que nunca imaginou que não poderia ser mãe devido à sua condição. A atriz tinha noção de que as crises de ausência e convulsões poderiam ficar mais suaves ou aumentarem durante a gestação. As suas, aumentaram.

"Nunca recebi nenhuma contraindicação, nem do meu ginecologista, nem do meu neurologista", disse. 

Atualmente as crises estão controladas. A atriz contou que tem primas com o mesmo problema e se colocou à disposição de seus seguidores a orientá-los.

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