Lee Taylor não quer mais fazer novelas
Por Redação - 17/12/19 às 09:30
Após dar vida ao vilão Camilo, o algoz de Chiclete (Sergio Guizé) e Vivi Guedes (Paolla Olveira) em A Dona do Pedaço, Lee Taylor não quer mais saber de atuar em novelas. Para o ator de 36 anos, a aposentadoria dos folhetins já chegou.
"Novela eu não faço mais. A não ser que seja uma participação menor. Já em séries, em que consigo ver o trabalho muito mais próximo do que se faz no cinema, pode ser. E é um período mais curto. Novela é muito exaustivo, a entrega é muito grande", disse ele em entrevista à revista Trip.
Lee ainda destacou que muitas vezes o resultado não sai como o esperado. O ator disse ainda que sabia muito pouco sobre Camilo ao entrar para o elenco, precisando criá-lo diariamente e de modo caótico.
"Você recebe o texto em cima e grava 15, 20 cenas por dia, não tem nem tempo para decorar. Cara, é infinito, uma tortura".
Convicto de seu posicionamento, ele não alimenta de nenhum arrependimento ou julgamento. A questão para ele é outra, é de busca. O mesmo sentimento que o fez deixar sua cidade, Goiânia, aos 18 anos, e partir para São Paulo para ingressar no curso de Artes Cênicas da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo.
"Se a minha arte não mostra algo além do cotidiano, além do que a pessoa está acostumada a ver, ela não cumpre o seu papel. Quando provoco qualquer sensação, qualquer olhar, qualquer pensamento que fuja desse ordinário, sinto que cumpri a minha missão como artista", explica.
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Ameaças na web
Durante a exibição de A Dona do Pedaço, Lee Taylor ficou espantado com o teor das mensagens que lia em suas redes sociais, pelo fato da vilania do policial na trama de Walcyr Carrasco.
"As mais grosseiras e agressivas eu tirei, mas cheguei a fazer alguns destaques no Instagram em que eu colocava as mensagens que enviavam para o Camilo, para a personagem. Foi curioso", falou.
As mensagens tinham desde tons engraçados a ameaças de agressão e morte, caso o personagem continuasse com suas atitudes. Um dos que mais chamou a atenção do ator, desejava que ele tivesse diarreia durante um mês.
Origem do nome artístico
Bem antes de deixar Goiânia para perseguir o sonho de ser ator, ele já carregava consigo o nome que seus pais lhe deram, em referência a personagens históricos: Lee (Majors, ator da série O Homem de Seis Milhões de Dólares) e Taylor (nome do personagem de Charlton Heston em Planeta dos Macacos). Mas ele contou que ser ator não foi uma sugestão ou um sonho da família.
"Eles não me incentivaram a fazer teatro. Minha mãe queria que eu fizesse ciências da computação, porque eu sempre gostei de tecnologia. E meu pai queria que eu seguisse a carreira de dentista".
Seu caminho estaria mesmo no palco.
"Conhecia pouco do Antunes Filho antes de vir para São Paulo e, nos dois primeiros anos de faculdade, tive contato com alguns atores que passaram por lá e também com alguns trabalhos dele. Quando eu tive esse panorama do teatro paulista e me deparei com o Antunes, pensei: 'É aqui que eu quero estar, é esse trabalho que eu quero fazer'."
E assim fez. Ingressou na turma de 2004 e, dois anos depois, fez sua estreia como ator e protagonista em A Pedra do Reino, texto de Ariano Suassuna.
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