Léo Áquilla celebra conquista e desabafa: ‘Foi uma luta de 21 anos’
Por Redação - 15/10/20 às 13:05
Léo Áquila é sinônimo de obstinação, sem dúvida, um dos símbolos fieis da luta LGBTQI+. Mulher trans, casada, realizada pessoal e profissionalmente é inspiração para quem busca encontrar sua real identidade.
No auge de seus 50 anos, a jornalista aprendeu desde cedo, a não sucumbir às provocações enfrentadas diariamente, por uma sociedade declaradamente preconceituosa e cruel com as minorias – seja de cunho sexual, social, racial ou religioso.
Luta antiga: novo documento
Após mais de duas décadas batalhando na esfera judicial, pelo direito de carregar seu nome social na identidade, finalmente a também cantora conquistou a tão sonhada vitória, se emocionando bastante na última quarta-feira (14) no palco do programa A Tarde É Sua, atração comandada por Sonia Abrão, na qual é uma das colunistas fixas.
Em entrevista exclusiva para OFuxico, Léo contou mais detalhes desse momento especial que vive.
“Foi uma luta de 21 anos. Desde que começamos esse movimento de LGBTQI+ por direitos, respeito e deveres, sempre estive lá! Eu não era trans ainda, mas lutava. Depois me assumi uma mulher trans, tive outros problemas… Antes a lei só valia para as mulheres trans operadas. Eu não consegui fazer por causa de um problema no coração. E voltamos a debater o assunto com os políticos, conhecedores das leis…”, iniciou ela.
A loira foi ainda mais contundente em sua explicação.
“Não é uma vagina que me faz ser mulher, a ciência entendeu isso. Veio essa vitória. Fui tão enganada por advogados mentirosos, enrolados, fiz tratamento psicológico e psiquiátrico, tenho todos os laudos. Tive que entrar na Justiça para provar que sou uma mulher e por fim, conseguir minha documentação!”, comemorou.
A famosa não conteve as lágrimas e rasgou o antigo documento com o nome de batismo.
“Rasgar meu documento é romper com o passado que tanto me maltratou! Foi um parto difícil, deixar nascer essa nova mulher, doeu muito. Sou grata ao Jadson porque foi muito forte, mas ele precisava dar lugar para a Leonora brilhar”, frisou.
Militando por décadas
Léo Áquilla é uma das veteranas na luta LGBTQI+, e destaca a informação como uma das principais armas no combate ao preconceito.
“Se o movimento LGBTQI+ avança, os inimigos também se armam seja política ou religiosamente. Pessoas que não nos aceitam, não nos suportam, nos odeiam. Há menos desinformação sim, a internet trouxe esse beneficio. Hoje é mal informado quem quer, mas mesmo com toda informação há pessoas tapadas, não aceitam”, ressaltou ela.
Por fim, a diva pé no chão deixou seu recado de resistência, sempre.
“Combatemos tudo isso na luta diária, não vai existir um fim. Daqui 50 ou 500 anos, a humanidade seguirá lutando pelos seus direitos e outras questões. Até chegar num ponto onde as pessoas entendam que somos todos iguais”, concluiu com sua elegância e simpatia de sempre. Siga brilhando, Leonora Áquilla!
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