Letícia Colin sobre Leopoldina: ‘Papel em que tive mais retorno do público’

Por - 28/07/17 às 15:10

Divulgação/Tv Globo/Raquel Cunha

Já com um extenso currículo, inclusive quando se trata da televisão, Letícia Colin foi escolhida para ser uma das grandes protagonistas de Novo Mundo, novela que está ocupando, atualmente, a faixa das 18h da Globo, e parece não estar conseguindo se conter em si, de tanta felicidade, por estar interpretando a mundialmente conhecida princesa Leopoldina. Em recente entrevista para OFuxico, a atriz contou como está sendo dar vida a essa figura marcante da história do Brasil. 

"Fazer a Leopoldina é uma oportunidade de investigar emoções, sentimentos e intensidades que eu nunca tinha explorado, porque essa personagem tem uma profundidade na relação maternal. Ela é uma mulher com destino trágico, que perdeu filhos, que tem um relacionamento super complicado com o marido. Ela me leva, como atriz, a ter que investigar sensações que são muito distantes de mim, muito humanas. Para mim, que adoro desafios, ser levada, por meio dos meus personagens, a pensar e raciocinar, de outras maneiras, e me adequar a outros mundos. É uma personagem muito desafiadora e o mais legal é que as pessoas estão conhecendo a história dela, que foi uma mulher que mudou os rumos do Brasil e pouca gente sabe do tanto que ela fez, de como era uma mulher ímpar e inspiradora. O mais legal é que a história dela está sendo contada", afirmou a artista, toda contente e visivelmente realizada. 

Conforme cada capítulo do folhetim de época vem sendo exibido, tal personagem, aliás, tem conquistado cada vez mais espaço nos corações dos telespectadores, com seu nome chegando até a ficar, quase que semanalmente, entre os assuntos mais comentados da internet. 

Muito satisfeita com tamanha repercussão, a atriz ainda aproveitou a ocasião para falar um pouco sobre sua própria relação com o atual trabalho nas telinhas.

"É lindo demais. Acho que foi o papel em que eu mais tive retorno do público. As pessoas se envolveram com ela, embarcaram nessa aventura, porque ela veio fazer uma aventura, né? Ir para um país totalmente novo, uma colônia de Portugal. Ela veio da Áustria, que é um país completamente diferente do Brasil. Ela é uma guerreira, uma mulher muito tenaz e nobre. Ela tem qualidades que eu admiro. Eu também admiraria, como público, a figura. Eu admiro sua história, a trajetória, porque ela é uma coisa que a gente não conhece, uma coisa que está em extinção, que é esse governante que vive não para si, mas para o povo, para os deveres. A Leopoldina leva isso ao extremo. Ela é super infeliz, por causa do dever que tem como princesa, o destino dela. Isso é muito arrebatador, uma personagem que tem qualidades muito carismáticas. Eu fico muito feliz. Eu adoro. De vez em quando, alguém me chama ‘Princesa, Princesa…’ (risos). Nesse contexto, é muito legal ser chamada assim, de princesa, por causa de um personagem, que era de fato uma verdadeira princesa, que encarava mesmo essa missão, essa função dela na vida. Sou muito fã da Leopoldina", declarou Letícia. 

Entre os principais colegas de elenco da artista, em Novo Mundo, estão Caio Castro e Agatha Moreira, que interpretam Dom Pedro e Domitila, marido e principal rival, respectivamente, de Leopoldina. Mesmo protagonizando cenas quase sempre bem fortes e até tensas, na frente das câmeras, os três parecem brincar e se divertir muito, nos bastidores da trama. 

"Contracenar com o Caio é maravilhoso. Ele é um grande ator, um grande colega. Ele está sempre solar, sempre disponível e muito dedicado ao trabalho. A Agatha é uma nova amiga que ganhei. Não a conhecia antes. Eu adoro fazer cenas com ela, acho que ela está arrasando como Domitila. Ela é a verdadeira Marquesa de Santos do meu imaginário. Estou feliz, porque somos uma nova geração, temos a mesma idade, somos contemporâneos, então é bonito de ver cada um ali, se jogando e se entregando aos personagens, porque ninguém faz nada que seja óbvio e nem fácil, por isso tenho muito orgulho dos meus colegas. São personagens muito profundos, complexos, difíceis e que existiram, portanto é preciso muita coragem em encarar isso, de fazer esses personagens de um jeito muito especial. A gente se ama muito, se assiste, comemora e divide opiniões sobre as cenas. É um clima maravilhoso. Vai deixar muita saudade essa novela", afirmou Letícia, sem poupar elogios aos atores com quem tem contracenado.

Aproveitando que foi questionada sobre como pensa que poderia ser o grande final, na novela, de Leopoldina (que, na vida real, morreu aos 29 anos e com depressão), a atriz deu alguns "detalhes" do que o público deve ter a oportunidade de conferir, nos últimos capítulos do folhetim global. 

"A novela nunca se propôs, historicamente, a chegar até o ponto da morte dela. Terminaria antes, na Proclamação da República. Ela está prevista assim. Então, eu nunca pensei muito nesse assunto. A gente vai vivendo igual a vida. Como a minha vida, eu vou vivendo a dela, lutando diariamente pela dignidade, por pequenos momentos de alegria e de sublimação desse drama todo. Mas, se fosse o caso de ser mostrado, de pintar um outro recorte da história, que não é o caso, mas, se fosse, acho que seria bonito também. Ela é uma personagem trágica, muito amada e adorada. Essa foi sua história, infelizmente. Mas o que ela fez em vida é o mais importante. Ela teve uma vida tão breve e tão cheia de revoluções e coisas maravilhosas que trouxe para o Brasil, na ciência, na botânica. Foi uma mulher notável. Mesmo falecendo tão cedo, transformou tanto a vida, o mundo, o Brasil", disse ela, para OFuxico. 

Super contente com o atual momento de sua carreira, Letícia Colin ainda falou, já na parte final da entrevista, como acredita que agiria, caso estivesse passando por uma situação parecida com a de Leopoldina, quando se trata dos vários casos que seu marido, Dom Pedro, mantém. 

"É uma comparação que não dá pra fazer, porque além de tudo ter acontecido há dois séculos, culturalmente e socialmente, tudo mudou muito, como o papel da mulher. Apesar de ainda vivermos em um mundo muito machista, ela não tinha muitas ferramentas para sair daquela situação e era uma princesa, que tinha muitos compromissos, muitas decisões importantes de governo, que tinha que interferir. Não estava nas possibilidades ter uma vida diferente dessa. É muito difícil imaginar, porque era uma vida mesmo muito diferente. Ela foi educada para ser uma princesa desde criança. Desde os três anos, já diziam que ela era uma princesa, que iria se casar com alguém pra fazer uma aliança política. Então, era uma mentalidade muito arraigada, que foi sendo construída. A fé dela também, que tem muito a ver com isso de acreditar muito nessa coisa do formato antigo, do casamento, então é uma questão realmente de um tempo para o outro", finalizou a artista.

Letícia Colin sobre Leopoldina: 'Papel que deu mais retorno'

---

Tags: ,