Letícia Spiller usa foto da mãe no cenário de sua personagem, em Joia Rara

Com 40 anos recém-completos, Letícia Spiller se prepara para mais um papel de destaque em sua carreira. Com a euforia de uma iniciante, a atriz não esconde a empolgação de voltar à uma trama de época, 13 anos após Esplendor.

Em Joia Rara, próxima novela das seis da Globo, a atriz dará vida a Lola, uma suntuosa vedete.

"A princípio eu queria férias, estava trabalhando demais. Mas depois do teste, fiquei encantada pelo papel. Dizia que se não me escolhessem, ia ficar muito chateada", diz, aos risos.

"Tinha total vontade de fazer um papel desse, que me afastasse um pouco dessa coisa 'mãe' que eu vinha fazendo", assume.

Na trama de Thelma Guedes e Duca Rachid, que estreia no dia 16 de setembro, Lola é a estrela do cabaré Pacheco Leão, comandado por Arlindo, papel de Marcos Caruso.

"Ela não se imagina fora daquele universo. Apesar do preconceito que as artistas da época sofriam, ela gosta de estar ali", adianta. O reinado de sua personagem, no entanto, será abalado com a entrada de uma nova dançarina, Aurora, interpretada por Mariana Ximenes.

"A partir daí, ela vai ter de se reiventar, criar uma nova arte para voltar mais poderosa", torce.

Para interpretar Lola, Letícia reuniu todas as funções que desempenhou desde o início de sua carreira. Além de dançar, a atriz emprestará sua voz para as canções que a vedete entoará no cabaré.

"Brinco muito com a voz na hora de cantar. Fiz de propósito para ficar mais sapeca e dar um toque de humor", conta, completando que faz aulas de canto e projeção vocal desde que atuou no musical Outside, em 2011. Se o canto precisa de uma atenção maior, a dança já faz parte da vida de Letícia.

"Como sempre dancei, tenho uma certa facilidade de pegar as coreografias", ressalta.

Ainda assim, os ensaios para fazer as gravações dos clipes vêm acontecendo há cerca de dois meses.

"A dança e o canto fazem parte da minha vida. É um prazer unir os dois em um trabalho. Ainda mais sendo um cabaré, que tem esse universo teatral", ressalta.

Desde que interpretou a Antônia, em Salve Jorge, Letícia não precisou fazer muitas mudanças no visual. Além de uma leve aparada nos cabelos, a atriz teve de clarear os fios.

"No início, estranhei. Acho que nunca estive tão loura. Mas agora já me acostumei e estou gostando", admite, aos risos.

Para manter o corpo invejável, a atriz conta que é adepta da ioga, musculação e dança.

"Além disso, pratico ritos tibetanos, uma prática física ligada à filosofia budista", revela. O budismo, inclusive, é o fio condutor de Joia Rara.

"Acredito muito nos preceitos. Já era adepta da filosofia antes de saber que iria entrar na novela", garante, completando que pretende aprender ainda mais sobre a religião no decorrer da trama.

Na hora de compor a personalidade e o jeito de Lola, não faltaram inspirações para Letícia.

"Vi muitos filmes que retratavam essa época e pesquisei muito sobre a Era do Rádio", conta.

Gwen Verdon, a "coach" de Marilyn Monroe, e a própria estrela norte-americana foram grandes referências para a atriz.

"Acredito que a Lola tenha essa fragilidade da Maryln", palpita.

Buscando dar esse lado mais humanizado à vedete, Letícia fez um pedido especial à produção da novela.

"Pedi que colocassem no camarim uma foto da minha mãe, Valery, adaptada para os anos 20. Ali, ela figura como a mãe de Lola. Achei importante ter uma referência maternal", completa.

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