Lilia Cabral: ‘Faço promessas todos os dias’

Por - 06/08/12 às 18:45

Ag.News

Lilia Cabral volta aos palcos de São Paulo para apresentar o espetáculo Maria do Caritó, sucesso de público na temporada de 8 meses no Rio de Janeiro.

A peça marcou a volta da atriz ao teatro, após um hiato de 3 anos.  Maria do Caritó foi escrita especialmente para Lilia, por Newton Moreno, e tem direção de João Fonseca.

Neste trabalho Lilia mostra toda sua versatilidade profissional e também produz o espetáculo em parceria com Maria Siman. No elenco estão ainda Eduardo Reyes, Dani Barros, Fernando Neves e Silvia Poggetti.

Na tarde desta segunda-feira (6) Lilia Cabral reuniu a imprensa no Tuca para falar sobre Maria do Caritó, peça que estreia na próxima sexta-feira (10) no Teatro Faap.

Confira os principais trechos da entrevista:

A parceria com o autor do espetáculo, Newton Moreno:
“Ele sempre me falava que a gente tinha de trabalhar junto e ele achou que eu tinha uma cara de cinquentona meio doida. Conversamos sobre espiritualismo, esoterismo e ele escreveu uma peça maravilhosa. Na nossa primeira conversa, eu fazia questão que tivessem personagens para a Silvia e para o Fernando, para reunir as pessoas que me ensinaram muito na vida. Somos muito amigos. Começamos em Belo Horizonte e é um prazer estar num palco que já pisamos antes.

A personagem, Maria do Caritó:
“Quando ela nasce o pai disse que a mãe morreu no parto e para a filha não morrer, ele a entregaria para São Djalminha. Então ela é virgem e sabe dessa historia. O pai faz com que a cidade acredite que ela é santa

Viver com fé:
“Faço promessas todos os dias como o pai da Maria do Caritó. Sou católica, mas não vou à missa todo domingo. Tenho o prazer de ver uma missa bem rezada, sou devota de Nossa Senhora da Conceição, de Nossa Senhora de Fátima – essa foi por conta da novela (Fina Estampa), mas não é uma salvação para mim, e sim um prazer. Se me perguntar o que mais me encantou com a peça seria acreditar, perseverar, ser determinada na situação e fazer o bem. Na determinação quando existe fé chega ao lugar que se quer. Não dá para esperar nada acontecer. Se eu for fazer uma retrospectiva, é lógico que acreditava em tudo. Eu rezei consciente ou insciente e quando falo da fé no espetáculo e não era uma obrigação de saber do que se tratava, mesmo enfrentando dificuldade. Essa coisa de promessas, minhas tias eram religiosas e toda a família pedia para eles rezarem. Elas rezavam por horas porque a família inteira pedia rezas para elas. Era bonitinho ver. Cresci vendo isso! Cresci vendo essa religiosidade. E a gente reza todo dia para antes de entrar em cena”.

Uma mulher simples, mas sofisticada:
“Eu gosto de me presentear comprando sapato. Relógio o marido dá! (risos). Eu sou vaidosa no sentido, não de me emperiquetar, gosto de ser simples, mas sofisticada. A minha família de portugueses e italianos tem uma cultura diferente. Eu tenho prazer de estar elegante não no físico, mas na vida. Acho uma vaidade positiva. As coisas para mim foram chegando e nunca botei o carro na frente dos bois.”

Maria do Caritó x Mercedes (de O Divã):
“No Divã era bem diferente. A Mercedes era uma mulher pra frente, que estava correndo atrás do tempo perdido, depois de 20 anos de casamento. E essa personagem, a Maria do Caritó busca o amor.”

Como se desapegar da Griselda…

“Na televisão a gente não se livra do personagem, mas olha com certa saudade. A gente se despede de um trabalho bem sucedido e dá saudade. Ainda me chamam de Pereirão e Griselda e já estou acostumada. Às vezes me chamam até de Amorzinho. Isso é gratificante, não é desagradável. Daqui um tempo vou fazer outro personagem e isso vai ser esquecido. A gente gosta de ser lembrada!”

As grandes vilãs das novelas:
 “A Carminha é uma grande vilã e é ruim. A Tereza Cristina era uma grande brincadeira do Agnaldo. Não era como a Nazaré Tedesco. Aquilo era mais pesado. Fina Estampa era uma novela solar!”

Dificuldade de fazer teatro no Brasil:
“Eu tenho prazer de fazer uma peça popular. Penso sempre no jovem e chegamos a ter 180 lugares só para os jovens. A gente precisa ter esta história no teatro senão acaba.”

Divã:
“As vezes eu penso se seria bom voltar. Foi bem sucedido no teatro, no cinema e na tevê. Quando propuseram que fizéssemos antes da novela, deu tudo certo. Tinha um autor muito bom, a direção do Alvarenga, e tinha um olhar muito bom em cima da série. É melhor deixar saudade do que investir e sinto necessidade de ir para outros desafios. A gente amadurece, envelhece e temos vontade de fazer outras coisas. Não sou acomodada. Estou indo para um outro caminho que esta me dando prazer. O Divã fica no cantinho, mas quem sabe ela (Mercedes) não reapareça como avó.”

Maria do Caritó no Cinema:
“É uma peça muito cinematográfica, mas não podemos colocar isso agora senão a gente queima a temporada. Eu fiz O Divã por 3 anos, para só depois colocar no cinema.”

Próximo trabalho:
Não posso falar senão todo mundo vai colocar o próximo trabalho no título e ninguém vai falar da Maria do Caritó.

Lilia Cabral diz que faz promessas todos os dias

Lilia Cabral diz que faz promessas todos os dias

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