Lisandra Souto: “Sempre fui muito firme nas minhas decisões”

Por - 22/03/13 às 07:16

Luiza Dantas / Carta Z Notícias

Retomar uma carreira interrompida há anos, em qualquer área, é uma tarefa que assusta. Lisandra Souto, que interpreta a dondoca Amanda de Salve Jorge, que o diga. A atriz estava sem fazer uma novela inteira desde 1995, quando encerrou Quatro por Quatro e optou por se dedicar apenas ao casamento e à família. E confessa que, após ser chamada para integrar o elenco da trama de Gloria Perez, seu entusiasmo e insegurança influenciavam até seu sono, tamanha era a expectativa pelo retorno.

"Algumas vezes, sonhava que ia gravar e não conseguia decorar o texto. Foram muitos anos sem vivenciar isso, então acho que, no fundo, era natural esse pânico inicial. Mas rapidinho passou", lembra Lisandra.

Na história, Amanda é casada com Carlos, papel de Dalton Vigh. Mas como o marido se apaixonou por Antônia, vivida por Letícia Spiller, a socialite passou a ter atitudes que, apesar de não a transformarem em vilã, poderiam ser condenadas pelos telespectadores. O que, segundo a própria atriz, não aconteceu. Na verdade, Lisandra garante que a maior parte do público que conversa com ela nas ruas aproveita para defender e até incentivar a personagem.

Lisandra Souto: "As pessoas se apegaram à dor da Amanda. Todos me apoiam. Como a traição aconteceu e ele não se separou, agiu de maneira incorreta. E, ao que parece, existe amor da parte dela", argumenta. 

Tamanha empatia do público com os problemas de Amanda faz desse retorno de Lisandra ainda mais especial. A atriz conta que, há algum tempo, pensava em voltar a trabalhar na tevê como atriz. Até chegou a ser convidada por outra emissora. Mas como já tinha manifestado esse interesse para a amiga Gloria Perez, que tinha dito que essa volta seria em uma novela sua, Lisandra achou melhor esperar.

Afinal, depois de tanto tempo se dedicando a assuntos particulares e à vida de empresária, o mais importante era não se precipitar ou prejudicar essa retomada da carreira artística.

"Sempre fui muito firme nas minhas decisões. Quando optei por parar, muitos convites vieram e eu recusei. Então, quando senti que era a hora de voltar, era para ser mesmo. Mas de uma forma madura, sem afobação", pondera ela, que é sócia da clínica dermatológica Les Peaux, em Ipanema, na Zona Sul carioca.

Para se sentir mais confiante, antes de gravar suas primeiras cenas, Lisandra fez questão de contratar a preparadora Andrea Cavalcanti. Agora, a dois meses do término da novela, a atriz jura que assiste a todos os capítulos da história. E, como se diz muito autocrítica e preocupada com o trabalho, normalmente olha mais os defeitos que quer tentar consertar do que os acertos. Uma situação que diz não ser tão incômoda quanto parece.

"Estou voltando depois de muito tempo. Querer melhorar no trabalho é normal em qualquer circunstância, ainda mais nessa. E hoje eu consigo me ver no ar com mais clareza do que antes", conta.

Disposta a se firmar mais uma vez como atriz, Lisandra ainda não sabe como vai ser a receptividade dos outros autores e diretores quando Salve Jorge acabar. Com o término da trama, encerra-se também seu contrato com a Globo. Enquanto não aparece outro trabalho para se dedicar na televisão, a atriz estuda a possibilidade de voltar aos palcos. Um retorno que será, provavelmente, tão animador quanto o que ocorreu com a novela das nove.

"Ainda não tem nada definido, mas pode ser que role. Se acontecer, vai ser muito bom. Não faço teatro há mais tempo ainda, desde que eu tinha 11 anos", explica Lisandra, que completa 38 anos no dia 5 de abril. 

 

Vocação mirim
 

 

A vontade de ser atriz bateu em Lisandra Souto ainda criança. Nascida no Rio de Janeiro, ao saber que estavam escolhendo uma nova Narizinho para o Sítio do Picapau Amarelo, em 1985, quando tinha 8 anos, disse para a mãe que o papel deveria ser dela. Ao ouvir que, na verdade, seriam testadas várias crianças para isso, Lisandra insistiu para participar da seleção e chegou a ser uma das finalistas, perdendo a personagem para a atriz Gabriela Senra. Mas valeu a pena o esforço.

"Gostaram tanto dos meus vídeos que me convidaram para fazer Tenda dos Milagres, que foi minha estreia na televisão", recorda. 

Depois disso, Lisandra logo encarnou uma personagem de peso, mas por pouco tempo. Coube a ela fazer o papel-título da primeira versão de Sinhá Moça quando criança, sendo convidada em seguida para integrar o elenco de Carmem, novela que Gloria Perez escreveu para a Manchete em 1987. Mas sua carreira começou a decolar depois que foi escalada para interpretar a ingênua Vitória de Meu Bem, Meu Mal, em 1990. Sua trajetória caminhava em ritmo ascendente quando, em 1994, depois de viver a alpinista Elisa Maria em Quatro por Quatro, decidiu largar tudo para se casar e ser mãe.

"Comecei a trabalhar aos 8. Então, aos 21, já queria ser mãe. Por mais que dissessem que era possível fazer isso trabalhando, preferi me dedicar a esse sonho. Não sei o que faria hoje, mas não me arrependo da decisão", garante. 

 

Instantâneas


# Enquanto esteve fora do ar, Lisandra chegou a abrir um restaurante de comida orgânica. 

# Em 1998, Lisandra fez uma participação bem curta no remake de Pecado Capital, também escrito por Gloria Perez. 

# A Record chegou a ter a atriz em seus planos quando começou a investir em sua retomada na teledramaturgia. Mas, como Lisandra estava irredutível em sua posição de se dedicar à família e recusava todos os convites, nada foi firmado. 

# Cristiana Oliveira, que interpreta a ex-mulher de Carlos, Yolanda, em Salve Jorge, e Letícia Spiller, que vive a amante dele, Antônia, curiosamente eram protagonistas de Quatro por Quatro, última novela de Lisandra antes de se afastar da tevê.

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