Lucy Alves sobre personagem: ‘Minha intuição é a música’

Luzia não é vilã. É uma heroína do amor. É assim, com unhas e dentes, tal qual a personagem, que Lucy Alves defende sua Luzia. Atriz iniciante, sem nenhuma experiência anterior, a cantora revelada ao país na segunda edição do The Voice Brasil se destaca em Velho Chico, novela exibida na Globo na faixa das 21h.

Aguerrida e obcecada pelo seu amor, Santo (Domingos Montagner), a personagem cativou sua intérprete.

“Não acho certo e não faria o que a Luzia fez, mas preciso acreditar na personagem. Ela luta até o fim, está imbuída de um desespero. Agora encontrou o Carlos Eduardo (Marcelo Serrado) pelo caminho e, na cabeça dela, nada é por maldade”, disse ela à reportagem de OFuxico.

Apesar da defesa, ela afirma que não se reconhece nas cenas.

"Luzia defende os seus como se fosse um bicho, vira onça e essa força vem da terra, da natureza. Eu fico assustada com algumas cenas porque não é a Lucy mesmo que está ali.  É uma mudança, uma carga pesada e aquele ódio todo que ela demonstra é uma consequência do medo da perda."

A segurança dessa paraibana de 30 anos não demonstra sua inexperiência no ramo. Cantora, instrumentista de mão cheia – ela domina a sanfona, o violão, o violino, viola, rabeca, bandolim, fole de oito baixos, contrabaixo, cavaquinho, pandeiro e piano –  Lucy Alves começou a carreira aos quatro anos de idade. A preparação para Velho Chico, sua primeira experiência como atriz, começou em novembro, mesma época em que ela foi chamada para cantar no musical Nuvem de Lágrimas, que homenageia a dupla Chitãozinho e Xororó.

"Sempre cantei e eu nem imaginava que o trabalho como cantora pudesse me trazer ferramentas para ajudar na interpretação. Eu estudo os capítulos cantando. Minha intuição é a música. Leio as cenas e coloco notas, entonação, ritmo, vai fluindo como gostaria que saísse da minha boca e canto as minhas falas. Eu fiz a preparação de elenco da equipe do diretor da novela. Luiz Fernando Carvalho, e tive ótimas aulas de prosódia, de expressão corporal, música e cultura nordestina, algo que é muito familiar para mim".

Lucy fez ainda uma oficina com o preparador de atores Sergio Penna, quando já havia sido aprovada nos testes do musical Nuvem de Lágrimas.

"Foi muito legal para abrir a cabeça. Diferente do teatro ou de um show, na televisão existe o tempo das câmeras. Eu procuro gravar sem saber onde elas estão para abrir espaço e deixar a emoção entrar,  desse jeito a cena fica mais verdadeira. O ator tem que dar vida ao seu personagem".

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