Ludmilla sobre protesto em premiação: ‘Pontinha do iceberg’
Por Redação - 13/11/20 às 15:00
Ludmilla é uma das artistas negras que mais se destaca no cenário da musical brasileira atual. Aos 25 anos, a artista galgou seu espaço por meio da arte, além de conquistar o coração de milhares de fãs.
Mas nem tudo são flores na vida da famosa, porém, com os espinhos das rosas, ela vem se fortalecendo a cada (má) experiência.
Em sua apresentação no Prêmio Multishow 2020, Lud não deixou por menos, e fez um importante – e necessário protesto sobre racismo. Divulgou áudios de ataques já vividos.
“É muito complicado você ter que se afirmar toda hora, você ter que provar toda hora que merece estar ali. E chegou uma hora que eu não quis mais provar que eu merecia estar ali, sabe. Eu só faço e eu estou ali porque eu sou isso, eu não tenho mais nada que provar para essas pessoas. E eu quis deixar aqueles áudios para o Brasil inteiro saber o que eu passo, o que eu enfrento. E, às vezes, algumas pessoas não entendem algumas atitudes minhas. Mas é tipo só a pontinha do iceberg de tudo o que acontece comigo nos bastidores”, explicou os detalhes, em uma live realizada com Hugo Gloss.
Na ocasião, a beldade se apresentava com o novo single hit Rainha da Favela.
“Estar ali performando, fazendo tudo aquilo e mostrando a minha música também é uma forma de mostrar para eles que eu não vou parar de jeito nenhum. Não importa o que eles falarem, o que eles disserem. Ninguém pode me parar. Só Deus pode me parar, e ele me botou aqui. Eu vou continuar fazendo isso, levando alegria para as pessoas e cantando a minha música”, frisou.
Ela destacou que é preciso não se calar diante de atos racistas, discutindo cada vez mais sobre o tema com a sociedade.
“Eu fui pesquisar mais sobre racismo, o que acontece… E eu estava vendo um filme que mostra que antigamente, na época da escravidão, quando um negro sabia fazer uma coisa a mais do que um branco, tipo, sabia ler, cantar melhor ou tocar algum instrumento melhor, apanhava, levava chibatada por isso. E, na nossa atualidade, essas chibatadas são esses ataques. Porque tem gente que não aceita uma preta estar no topo. Uma preta ter um carro melhor do que um branco. Uma preta estar numa posição melhor. Uma preta estar vestida melhor. Uma preta estar falando melhor. Estar se posicionando e estar pegando o seu lugar de fala, que é o seu de verdade. E aí, vêm as chibatadas. Só que antigamente era aquela escravidão, era aquilo tudo, era tudo amarrado. Hoje, a gente tem liberdade. Hoje eu sou livre para fazer o que eu quiser. Hoje, ninguém pode me prender”, afirmou.
Vídeo: Ludmilla lança single Rainha da Favela
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