Luiza Brunet revela que ainda sente medo do ex que a agrediu
Por Flavia Cirino - 26/08/21 às 11:00
Modelo, empresária e ativista, Luiza Brunet tem sido cada vez mais atuante em atividades para promoção dos direitos da mulher. Na quarta-feira, 25 de agosto, ela esteve em Goiânia para participar da comemoração do aniversário de 15 anos da Lei Maria da Penha. Luiza falou sobre a importância do combate à violência de gênero na Câmara de Vereadores da capital e participou da inauguração da Ouvidoria da Mulher, um espaço de acolhimento criado dentro do Legislativo para mulheres em situação de vulnerabilidade.
Todo esse engajamento aconteceu depois de a veterana modelo sofrer uma agressão de Lírio Parisotto, seu ex-namorado, em 2016, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, quando chegou a ter costelas quebradas. Um ano depois, ele foi condenado pela justiça a um ano de prisão em regime semiaberto pela agressão à Luiza.
Ao jornal Extra, Brunet contou que aprendeu a controlar as emoções para inspirar outras mulheres, mas sabe que feridas como esta não se curam. Ela citou uma situação vivida no último dia 24 de agosto.
“Estava dando uma palestra na fronteira do Brasil com a Venezuela e fiquei feliz de ver várias mulheres, mesmo numa região tão simples, tendo coragem de dividir relatos fortes. Nunca cicatriza uma ferida de qualquer agressão. Elas abrem e se fecham dependendo do nosso estado emocional. E eu procuro não esquecer”, disse.
“Eu passei por um sofrimento e tive a oportunidade de transformar tudo isso em uma pauta positiva. Me emociono quando falo, mas aprendi com o tempo a controlar até para estar forte para inspirar as outras mulheres”, destacou Luiza Brunet.
Apesar de sua coragem, a mãe de Yasmin Brunet não negou que ainda sinta medo do seu agressor.
Agressão é um processo que as mulheres movem e o agressor jamais vai admitir, sempre vai se sentir injustiçado. Isso deixa as vítimas vulneráveis. Tenho e nunca deixarei de ter medo, ainda mais de um homem na posição dele, que tem dinheiro e poder”.
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LEMBRANÇAS REVIVIDAS EM CLIPE
Apesar do trauma pela violência sofrida, Luiza Brunet aceitou um convite de Alok, que ao lado dos MCs Hariel, Marks, Dricka, Davi, Leozinho ZS e DJ Victor, estrelou o clipe, produzido pela GR6, de “180”. O título faz referência ao número de telefone que recebe denúncias de violência contra a mulher. Mais que um hit, o objetivo dos artistas é divulgar as formas de pedir socorro.
“No clipe, vivo uma mulher de classe média alta que sofre violência doméstica. Ela se empodera e faz a denúncia. É a minha história. E também de muitas mulheres. Quando fui gravar as minhas cenas, o ator que interpreta o meu marido, ficou todo preocupado, justamente pelo que vivi. Mas disse: ‘Não se preocupe, estamos representando, o sentimento aqui é outro’. Só que foi punk. Veio mesmo a lembrança muito nítida do que sofri”, relembrou.
Os artistas que participaram do clipe doaram parte da renda do projeto para o Instituto Maria da Penha e o Instituto Brasil + Social. Alok cedeu os royalties da música para ações que combatem a violência doméstica.
Luiza Brunet aparece em cenas com o olho roxo, feito com maquiagem; Mais uma prova de que a maturidade e o autoconhecimento a permitiram ter força para encarar tudo isso e seguir em frente. Até mesmo para se reabrir para o amor. Embora garanta ainda não ter aparecido nenhum pretendente a altura do que almeja.
Veja +: Luiza Brunet comemorou a condenação do ex
“Não estou namorando, mas meu coração está abertíssimo. O problema é que o nicho de homens que tenho interesse vai se afunilando. Gosto de mais velhos, diferenciados… Depois dessa experiência que tive, e que achei que seria meu último, não foi. Errei, zero pra mim”, disse ela ao jornal Extra, com bom humor.” Busco algo que seja agregador. Não tenho problema em ficar sozinha, gosto da minha companhia, me satisfaço. Só que obviamente é bom estar apaixonada e ao lado de quem nos faz bem.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEXUAL NO CURRÍCULO ESCOLAR
Após passar por uma violência traumática no relacionamento com o ex-namorado, Lírio Parisotto, Luiza afirmou que agora procura dar apoio às mulheres que sofrem violência doméstica e apontou os motivos para que crimes ainda ocorram.
“Impunidade e falta que as mulheres parem de competir umas com as outras. A gente não pode ver mais isso. A mulher é o pilar da família, ela provê os filhos, é uma matriarca. A mulher tem que ser respeitada”, disse.
Para ela, o currículo escolar deveria incluir temas como violência doméstica e sexual.
“Há crianças que são abusas pelo pai, pelo padrasto, pelo tio, pelo vizinho. O papel do homem é primordial no combate à violência. O feminismo não é contra o homem, é por igualdade.”
Após sofrer agressões do ex-companheiro, Luiza decidiu denunciá-lo. Com quatro costelas fraturadas e escoriações pelo corpo, ela, que estava em Nova York quando tudo aconteceu, pôs um fim no relacionamento e voltou para o Brasil.
“Eu me lembro de ter pego a mala e sair fingindo que estava tudo bem pra que ninguém percebesse. É muito importante a mulher revisitar a sua história pra ver se ela suporta mais, porque o nível de agressão, quanto mais ele cresce, ele chega ao feminicídio“, disse.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino