Marcelo Adnet: ‘Não me sinto à vontade de brincar com negão’

Por - 02/02/16 às 15:15

Ag News
Marcelo Adnet foi convidado do Jovem Pan nesta terça (2), durante o Morning Show, e contou sobre sua experiência com a Rede Globo em relação a liberação de citação e participação de artistas de outras emissoras em sua programação, como aconteceu no programa Tá no Ar, recentemente.
 
"Foi demais receber o Carlos Alberto de Nóbrega na Globo e ver ele emocionado de ser reconhecido e querido pelo pessoal da emissora, ver todo carinho que ele recebeu. E nós ficamos também emocionados em poder homenageá-lo, a 'concorrente' vamos dizer assim. Nós artistas não podemos estar separados por empresas, é como eu não poder tocar guitarra com você porque é de outra gravadora", disse.
 
O comediante ainda falou sobre a necessidade que a televisão tem em se modificar continuamente para alcançar o público.
 
"Espero que a emissora continue abrindo portas para esses outros artistas de outras casas. Não vejo sentido nessa censura, em ignorar uma pessoa porque ela trabalha em outra empresa. Mas vejo que a Globo se moderniza sim, corre atrás do tempo, porque sabe que o mundo andou e ela tem que andar também", completou.
 
Questionado por Claudio Tognolli sobre o 'politicamente correto', que bate de frente com o humor direto hoje em dia. Adnet explicou que ele é a favor de tomar mais cuidado com certas piadas e na comunicação como um todo.
 
"É um campo minado sim. É difícil se expressar. Mas quando a gente faz uma piada temos que ser livres e também respeitar nosso bom senso e o que a gente acredita. Eu não me sinto à vontade hoje para brincar com o 'negão', apesar de que eu acho natural se eu tiver um amigo brincar assim com ele. Mas ele tem que ser meu amigo, tenho que ter uma relação com ele. Temos que definir esse limite na comunicação, do que a gente quer e o que não quer. Mas o humor é valioso no sentido de quebrar preconceitos e barreiras que foram construídas, ao falar de algo que ninguém falou, tocar em assuntos que a grande mídia tem medo de tocar , mas que o programa de humor pode, como fazemos com o 'Tá no Ar'."
 
 
 
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