Marcelo Cosme é apoiado após homofobia de Emílio Surita

Na última terça-feira, 23 de julho, o apresentador Emílio Surita, do programa “Pânico” da Jovem Pan News, fez piadas homofóbicas sobre o jornalista Marcelo Cosme, da GloboNews. Durante a edição do programa, Surita imitou Cosme, que é assumidamente gay, enquanto caminhava pelo estúdio.

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Ele ironizou: “Vou assim, andando gostosamente, bem Caetano Veloso, bem GloboNews. Como é que chama aquele cara que faz aquele programa à noite, o simpático?” Os colegas de bancada responderam mencionando o nome de Marcelo Cosme, e Surita fez gestos pejorativos.

Famosos apoiam Marcelo Cosme

Diversas celebridades e ONGs reagiram imediatamente em defesa de Cosme, acusando Surita de preconceito. Déa Lúcia, mãe do ator Paulo Gustavo, manifestou seu apoio em um vídeo: “Eu tô indignada ao ver meu amigo Marcelo Cosme, um jornalista exemplar, marido exemplar, sendo alvo de ataques homofóbicos na televisão. A homofobia é inaceitável e não tem lugar na nossa sociedade.”

“Quero deixar claro que estou do lado do meu amigo nesse momento difícil. É difícil pensar que em pleno século XXI ainda existem pessoas que propagam ódio e discriminação. Todos nós merecemos respeito e igualdade, independente da orientação sexual”, completou ela, por fim.

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Leilane Neubarth, jornalista da GloboNews, comentou na publicação de Déa Lúcia: “Marcelo Cosme, além de ser um super profissional, é um ser humano maravilhoso. Temos que parar de passar pano. É um ataque, não é ‘brincadeira’, é homofobia, é crime.”

Natuza Nery, também da GloboNews, mostrou solidariedade na mesma publicação: “Disse tudo, minha amiga. Marcelo Cosme é um cara da tolerância, do respeito e da elegância com todos. Todo meu apoio, querido.”

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Uma publicação compartilhada por Déa Lúcia Amaral (@dealucia66)

Marcelo Cosme agradeceu o apoio publicamente, comentando na postagem de Déa Lúcia: “Amo a senhora. Muito obrigado. A senhora e seus filhos são exemplos para todos nós.” Aliás, ele também postou no Twitter a abertura do programa “Em Pauta” do dia seguinte, demonstrando resiliência: “Cá estamos!!!! Lindos”.

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Jovem Pan se pronuncia

Após a repercussão negativa, a Jovem Pan se pronunciou sobre o caso, classificando a fala de Surita como “uma brincadeira muito infeliz” e “tratamento descortês”: “A Jovem Pan pede sinceras desculpas pelo ocorrido na edição de terça-feira, 23 de julho, do Pânico. O programa fez uma brincadeira muito infeliz citando o nome de Marcelo Cosme”.

“Todavia, a atração não teve nenhuma intenção de discriminar o profissional em questão. De toda forma, nos comprometemos a não repetir mais o tratamento descortês ocorrido ontem. A Jovem Pan lamenta o ocorrido e deixa registrado sua admiração pelo trabalho de Marcelo Cosme”, dizia a nota oficial, em suma.

Desde 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou a homofobia ao crime de racismo no Brasil. A decisão, por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 26, determinou que atos de discriminação e preconceito contra pessoas LGBTQIA+ devem ser punidos conforme a Lei nº 7.716/1989, que trata dos crimes de racismo.

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A medida se fez necessária pela omissão do Congresso Nacional em legislar sobre o tema. Com isso, homofobia e transfobia passaram a ser considerados crimes no país, com penas de um a três anos de prisão, além de multa.