Marcelo Médice começa 2013 viajando para Nova York

Por - 01/01/13 às 18:33

Ag.News

Prestes a fazer aniversário (ele comemora dia 6 de janeiro), Marcelo Médice decidiu fazer uma viagem para comemorar em grande estilo. Mas na volta, muito trabalho o espera. Em conversa com O Fuxico, ele conta que, como no final do ano os lugares sempre estão muito cheios, espera passar essa euforia para partir para uma viagem internacional. O destino? Nova York. Também conta seus projetos para este novo ano e opina sobre o que anda faltando na TV, como por exemplo, textos que motivem o público buscar saber mais.

O Fuxico: Você vai sair de férias agora no comecinho do ano?

Marcelo Médice: Sim. Final de ano é uma época em que muita gente viaja, os lugares sempre ficam cheios e chatos. Também sempre fico na espera do final de um trabalho ou de uma gravação. este ano, acabei minhas apresentações no teatro e as gravações na série O Canto da Sereia, então, tenho um tempinho livre e vou aproveitar. Como faço aniversário agora no comecinho do ano, vou me dar este presente, uma viagem para Nova York.

OF: Vai só descansar ?

MM: Sim vou sozinho, claro que descanso um pouco. É minha segunda vez lá. Daí, me encontro com alguns amigos. O problema da época é que lá é frio e eu sou do calor (risos). Quero ir ao teatro, assistir musicais, ali é o berço de tudo, muito emocionante. Vou aproveitar para ter novas ideias, ver novos horizontes.

OF: Você já tem algum projeto em TV para este ano?

MM: Tenho um convite para a novela do Walcyr Carrasco, foi um convite feito pelo Mauro Mendonça Filho.  Na novela (que traz o título provisório de Em Nome do Pai), vou ser um médico filhinho de papai. A mãe dele é uma socialite decadente e o núcleo do hospital vai ter uma parte de muito humor. É a segunda vez que faço uma novela do Carrasco e adoro! Além disso, aguardo a estreia de O Canto da Sereia.

OF: Como foi gravar essa história?

MM: Foi um tesão. Muito prazeroso, legal mesmo. Nunca tinha feito minissérie e percebi um carinho, um cuidado bem diferente. É biscoito fino mesmo, um elenco bacana e afinado, nossa, tudo de bom. Foram dois meses gravando em Salvador com pessoas incríveis. Fiquei muito feliz de terminar o ano com um projeto tão bonito. O personagem é trágico na minissérie, um desafio muito bom.

OF: E no teatro?

MM: No teatro eu estou escrevendo uma peça nova, com texto meu. Gostaria de estrear em 2013.

OF: A profissão de ator no Brasil é sempre um jogo, não é?

MM: Essa profissão é assim. Sabe, erradamente saiu uma matéria sobre mim dizendo que não gosto de fazer TV. Mas a realidade é outra. Para ator em São Paulo, uma coisa que se tem que ter em mente é que pode ou não pintar trabalho. Eu faço TV há 13 anos. Mas sei que o ator não pode ficar parado, esperando. Tem que arregaçar as mangas e ir atrás. tem que produzir coisas, tentar participar de projetos de cinema. O mercado de TV é muito forte, mas com poucas opções, é restrito, e nós, atores, precisamos sobreviver.

OF: O que você acha que está faltando na TV hoje em dia?

MM: Acho que as TVs abertas precisam entender que, claro que a classe C é poderosa no quesito audiência, mas da pra nivelar por cima, dá para fazer coisas que coloquem o povo pra pensar. Tá rolando em TV, em termos gerais, um cenário do Brasil muito careta, muitas limitações, acho que quase uma censura, um retrocesso imenso. Tem uma coisa chamada horário, acho que antigamente eu tentava assistir novela das 10, por exemplo, e nunca conseguia, pois estudava de manhã. E as cenas e os temas eram fortes e só podiam naquele horário. Acho que precisamos rever tudo isso, ter um espaço onde as coisas não sejam tão sérias, falta também senso de humor.

OF: Como assim?

MM:  Falta muito humor, em qualquer historia.Uma das primeiras coisas a serem atacadas é o humor, por cutucar, provocar. Mas o humor é exatamente isso. Tem que começar a relaxar em relação a isso, tudo que o ator quer brincar tem que tomar cuidado com isso e com aquilo, para não virar alvo da censura.

OF: E os programas de humor?

MM: Então, é outra coisa que ouço e não entendo, quando falam, "ah, esse programa de humor é inteligente". O que é isso? Querem dizer que as pessoas são burras e por isso os textos têm que ser sempre uma mesmice, no vocabulário pequeno? Olha, eu não faço teatro facilitando para vender mais não. Falo coisas diferentes. É preciso escrever diferente, ter um bom vocabulário para as pessoas procurarem saber mais, para que busquem saber o que significa aquela palavra. Temos que nivelar para cima. Tem que ter espaço pra tudo. E em  contrapartida também precisamos de coisas mais picantes, precisamos ser mais audaciosos. A TV a cabo tem esse espaço.

OF: A internet também está investindo no humor…

MM: Exatamente, tem por exemplo o programa Porta dos Fundos (um programa de TV feito para a internet, com Fábio Porchat, Gregório Duvivier e Kibe Loko), que ganhou o APCA de melhor humorístico. A internet é uma nova realidade, porque tem ousadia, é arrojada.

OF: Você acredita que realmente tem uma censura forte atrás da programação?

MM: Sim e digo mais. por exemplo, se você vai fazer um personagem que é um enfermeiro, os profissionais da saúde ficam de olho e se cotizam para ver se a novela não está falando mal da classe. O público sabe distinguir oque é ficção da realidade. Há um tipo de patrulhamento absurdo, ruim para a gente. Vejo como o atraso para a nação.

 OF: Também muito se fala de programas de humor que já estão fazendo sucesso na TV, não é?

MM: Exatamente. Por exemplo, vejo falarem mal do Zorra Total, da Praça é Noss. Mas veja bem, a Praça, por exemplo, tem uma fórmula eterna, que é a do intermediador e dos personagens que passam por ali e contam sua história. Chico Anysio era um fera no humor, certo? Ele já sabia que essa receita dava certo, de ter um fera como escada para mostrar os grandes comediantes ao mundo.

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