Marco Ricca avalia relações familiares com personagem em minissérie da Globo

Por - 08/12/12 às 12:00

Jorge Rodrigues Jorge/ Carta Z

Com uma carreira extensa, Marco Ricca teve a oportunidade de interpretar diversos papéis na tevê, no teatro e também no cinema. Mas na pele do truculento Sílvio, do especial Doce de Mãe, que vai ao ar no dia 27 de dezembro, é que o ator teve a experiência de dar vida a um personagem tão parecido com ele mesmo.

"Assim como o Sílvio, a melhor coisa da minha vida é sentar e assistir a um jogo de futebol, em uma tarde de domingo, com o meu filho", descreve.

O especial vai contar a história de Picucha, encarnada por Fernanda Montenegro, uma idosa de 85 anos que vive com a mesma empregada há quase três décadas. Mas, depois de casar, a doméstica anuncia que vai se mudar de cidade. O que deixa os quatro filhos da senhora desesperados, já que ninguém quer ter de cuidar da mãe em tempo integral. E é aí que entra o personagem de Marco. Ele é o filho mais velho de Picucha. Cuida das finanças da mãe desde que ela ficou viúva, mas também não quer toda a responsabilidade.

Marco Ricca avalia relações familiares com personagem em nova minissérie da Globo"Na verdade, é uma situação difícil. Ele já tem uma estrutura familiar formada com mulher e filhos. Trazer a mãe para dentro de casa pode gerar muitos atritos", defende.

Entre os irmãos, o personagem de Marco é o mais mimado. Quando vai à casa de Picucha é para ficar sentado vendo tevê, enquanto ela o serve com suas deliciosas comidas. E nas vezes em que recebe a mãe em sua casa, o programa é assistir ao futebol.

"Ao mesmo tempo em que se preocupa com a situação da mãe, ele também representa essa coisa máscula, meio machista da história", explica.

Apesar da questão do idoso na sociedade ser séria, o tema não será tratado de forma didática na trama. E sim com pitadas de humor. Em uma das cenas, por exemplo, Sílvio e suas irmãs Elaine e Susana, interpretadas, respectivamente, por Louise Cardoso e Mariana Lima, tiram em um jogo de sorte quem entre eles vai ter de ficar com a mãe.

"É claro que esse é um assunto sério no Brasil porque a população envelheceu muito. Mas a comédia consegue chamar mais atenção do público", acredita.

O convite para o papel surgiu através da própria autora e diretora da trama, Ana Luiza Azevedo. Marco já havia trabalhado com ela em 2001, no episódio Dia de Visita, da série Brava Gente. Na produção, Marco viveu um presidiário acusado de um crime que não cometeu.

"Esse trabalho com a Ana foi um dos que mais gostei de fazer na minha vida. Então, quando ela me convidou para Doce de Mãe, aceitei na hora", confessa.

Já a preparação para o papel foi bem rápida. A agenda do ator não bateu com o começo dos ensaios de Doce de Mãe e ele conseguiu fazer a leitura dos textos com o elenco e os diretores apenas por um dia. Isso porque Marco estava envolvido com mais dois projetos enquanto gravava o especial da Globo: a peça Boca de Ouro, dirigida por Marco Antônio Braz, e um longa.

"Eu terminei uma filmagem noturna, em São Paulo, e já cheguei gravando "Doce de Mãe" no outro dia de manhã, em Porto Alegre", entrega.

A princípio, Doce de Mãe foi criado apenas como um telefilme para ser exibido na programação de fim de ano da Globo. Mas a produção está sob análise e pode virar uma série na emissora. A ideia seria entrar na grade a partir do segundo semestre de 2013. E Marco está torcendo para que o projeto ganhe uma sobrevida.

"Como estou fora do ar desde 'O Astro', ano que vem devo fazer alguma novela. Mas se "Doce de Mãe" vingar, com certeza dou preferência à série", enfatiza.

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