Marcos Mion fala da dor da morte do irmão e como isso influenciou em sua vida
Por Redação - 07/08/24 às 09:38
Marcos Mion, conversou com a revista GQ como a perda do irmão influenciou profundamente sua trajetória pessoal e profissional. “Segundo minha mãe, tudo o que faço até hoje tem a ver com a morte do meu irmão”, afirma ele. Filho da psicanalista Carmen Chaib e do nefrologista Decio Mion, Marcos perdeu o irmão Marcelo em 1993, quando este tinha apenas 18 anos. Marcelo faleceu ao cair do vão do Masp, em São Paulo, enquanto comemorava sua aprovação no vestibular de medicina.
Tragédia que marcou sua adolescência
O acidente levou Mion, então adolescente, em um período de depressão e escuridão. “Há muito sofrimento na minha vida, desde muito cedo”, diz ele. Além disso, pouco depois da morte do irmão, Marcos enfrentou outra perda dolorosa: seu melhor amigo, Carlos, faleceu em seus braços após um acidente de carro. “O luto é proporcional ao tamanho do amor, e não acaba. O tempo não cura, mas amortece. É como andar com uma pedra pesada em um dos bolsos. No começo ela incomoda; faz andar meio torto. Depois você vai se acostumando, mas a pedra segue lá”, reflete ele. Mion revela que, ao perceber que havia vivido o mesmo tempo que seu irmão, sentiu que não tinha realizado nada significativo até aquele momento.
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União familiar e superação
Apesar do sofrimento, a tragédia uniu ainda mais sua família. Seus pais, Carmen e Decio, acabaram de completar 51 anos juntos. “Minha mãe diz que só conseguiu lidar com a perda de um filho e levantar todos os dias da cama por causa de seu amor por mim. Ela estava devastada, mas queria que eu sempre visse os olhos dela sorrindo”, lembra ele, emocionado.
Determinado a replicar o amor que recebeu, Mion desejava formar uma família como a de seus pais, mesmo com a marca da tragédia. Ele conta que, aos 16 anos, já tinha uma obsessão por se tornar pai antes dos 20, acreditando que poderia morrer a qualquer momento. Foi então que conheceu a designer Suzana Gullo, com quem se casou em 2005. “As peças se mexeram e se deu esse encontro mágico, que me arrebatou. Fazíamos parte de planetas diferentes. Eu era mais intelectual; ela, do mundo fashion, da ‘high society’, mas vivemos uma trajetória similar. Ela tem os pais juntos até hoje e um irmão que sofreu um acidente e não fala nem anda; passou por um amadurecimento precoce. Eu não a pedi em casamento, pedi para me dar um filho.” E ela deu. Não um, mas três: Romeo, 19, Donatella, 15, e Stefano, 14.
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