Marcos Veras lembra dos tempos de vendedor do canal Shoptime

Por - 08/04/13 às 21:05

Jorge Rodrigues Jorge /Carta Z Notícias

Atuar na tevê mexe com a vaidade do artista. E é fato que todo ator, por mais contrário que seu discurso possa parecer, espera ser reconhecido quando ingressa na tevê aberta. Mas depois de interpretar diversos personagens no humorístico Zorra Total, Marcos Veras demonstra surpresa ao revelar que é por sua participação diária no matinal Encontro com Fátima Bernardes que é mais parado nas ruas atualmente.

"Acho que tem a ver o fato de eu aparecer sem caracterização. Antes, até me olhavam e, depois de algum tempo, vinham conversar. Agora, o contato é imediato", pontua. 

No programa, Veras dá expediente como imitador, debatedor e até repórter de rua, entre outras funções. E garante que não se sente acuado nem mesmo por ter de fazer graça ao vivo, correndo o risco de perder o tempo das piadas. Para isso, usa sua longa experiência no teatro e, confessa, as lembranças de um período em que apareceu na tevê em outra atividade: a de vendedor do canal Shoptime.

"Devo muito àquela época. Vender produtos, que algumas vezes não têm argumentos que sustentem sua venda, não é mole", explica. 

Além do Encontro, Marcos ainda integra o elenco do Zorra Total, programa que o tornou conhecido na Globo. Mas sua pluralidade marcada, inclusive, no nome – ainda não chega ao ponto de fazê-lo almejar uma vaga nas novelas da emissora. Ele até já experimentou a função, mas na Record, em 2007, em Amor e Intrigas. E até na hora de se lembrar desse período deixa evidente sua facilidade para transformar tudo em uma oportunidade de fazer os outros rirem.

"Era um núcleo de restaurante e eu fazia o garçom que falava, o Marcio", brinca ele, que garante estar satisfeito com a posição que ocupa hoje.

"Pode ser que um dia eu não tenha o Zorra e o Encontro e, então, sonhe com novelas. Mas hoje esse não é o meu foco", frisa.

Depois de quatro anos marcando presença no Zorra Total, fazer humor nas manhãs é algo que Marcos garante ter encarado com tranquilidade. Seguro tanto na sua condição de ator quanto de humorista, ele não economiza palavras na hora de valorizar a forma como trabalha a comédia.

"Meu humor não passa por escatologia ou contexto sexual. Então, para mim, tanto faz estar no ar às 10 da manhã ou às 11 da noite. Carimbo meu nome e minha arte de outro jeito", impõe-se, mas sem qualquer ar de arrogância. 

Formado em Teatro e em Publicidade e Propaganda, Marcos nasceu no Rio. Mas vem de uma família cearense. Até acredita que, talvez por isso, tenha herdado a veia cômica de alguns ancestrais do estado que revelou talentos como Chico Anysio, Renato Aragão e Tom Cavalcante. E apesar de não ter feito essa escolha de maneira consciente, assume que, em determinado momento, passou a dar mais espaço para a comédia em sua carreira.

"Desde criança, eu imitava todo mundo. Minha formação é de ator, mas reconheço que nos últimos anos foi o humor que mais me direcionou profissionalmente e isso não aconteceu tão involuntariamente assim", analisa.

Agora que já conquistou um espaço dentro da tevê, Veras transparece vontade de experimentar também escrever para o veículo. E, mais para frente, ter um programa próprio.

"Tenho planos de emplacar uma série ou misturar humor e entretenimento, mas em um futuro distante", entrega.

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