Maria Padilha: “A vida é feita de escolhas e as minhas são totalmente passionais”

Por - 16/11/12 às 21:00

Luiza Dantas/ Carta Z Notícias

A independência artística fala mais alto na hora de Maria Padilha definir os passos de sua carreira. É por isso que a atriz de inacreditáveis 52 anos faz cada vez menos televisão.

"Passei a produzir peças e a me dedicar ao cinema. Apesar de ter grandes amigos na tevê, ficar meses gravando uma novela é exaustivo. A vida é feita de escolhas e as minhas são totalmente passionais. Entre erros e acertos, sigo em frente", filosofa a atriz, que depois Mulheres Apaixonadas, de 2003, volta à dedicar-se a um folhetim inteiro em Lado a Lado.

Na pele da egocêntrica atriz Diva Celeste, Maria mostra-se satisfeita com este retorno.

"Estou com uma personagem divertida, importante para a história e cercada de amigos, como Paulo Betti e Tuca Andrada", valoriza a atriz, que estreou em Água Viva, de 1980, e ao longo da carreira ficou conhecida por sua comicidade em papéis como a Stela, do remake de Anjo Mau, de 1997, e a ambiciosa Dinorá, de O Cravo e a Rosa, de 2000.

"Apesar da experiência, tenho me sentido uma estreante. Todo trabalho para mim é como se fosse o primeiro", exagera a atriz carioca.

OFuxico – Lado a Lado é a primeira novela que você participa na íntegra desde Mulheres Apaixonadas, de 2003. Fazer tevê não está entre as suas prioridades?

Maria Padilha – Estou sempre envolvida com produções para o teatro e para o cinema. Inclusive, eu não estava pensando em fazer novela agora, pois estava produzindo uma peça. Por conta de problemas com os direitos autorais do texto, vi que só conseguiria encenar esse espetáculo no segundo semestre de 2013. Como não queria ficar parada, acabei conversando com alguns diretores que, frequentemente, me convidam para fazer novelas, como o (Ricardo) Waddington e o Dennis Carvalho, dizendo que agora eu poderia firmar um compromisso maior com a tevê.

OF – A longa duração das novelas é o principal motivo de você aceitar apenas participações especiais, como as que fez em Paraíso Tropical e Insensato Coração?

MP – Com certeza. E normalmente participo das tramas do Gilberto Braga, dirigidas pelo Dennis. Estou em um ritmo de trabalho mais independente, que não me dá possibilidades de ficar 10 meses envolvida em um projeto. É uma escolha minha não fazer mais tevê como antigamente. E fico satisfeita com as pequenas participações que faço de vez em quando.

OF – Na trama, sua personagem está inserida no núcleo que aborda os bastidores de uma companhia de teatro do início do século XX. O que a atraiu na Diva?

MP – Gostei da personagem desde a sinopse. O pano de fundo é muito rico e o flerte com o humor está no ponto certo. Mas o que me fisgou foram as inmeras possibilidades que o papel poderia me proporcionar como atriz. Ela vai além da defesa da produção teatral da época. Se envolve com a política, torna-se amiga de Isabel (Camila Pitanga) e tem um ego gigantesco. O próprio nome dela já entrega sua falta de modéstia (risos).

OF –  Você teve alguma inspiração ou cuidado na composição para encarar a metalinguagem de interpretar uma atriz?

MP –  Apenas não quis soar artificial. Assisti a filmes de época sobre a profissão de atriz, como "Adorável Júlia" e "A Malvada". E fiz um trabalho muito interno para naturalizar essa questão de ego da Diva. Sempre achei muito cafona bancar a estrela e tinha medo de que ao gravar as cenas da personagem, a soberba dela não parecesse natural. Queria fazer de forma simples, sem ter de reforçar que ela é uma estrela.

OF – Em algum momento você já se arrependeu de ter mudado a rota de sua carreira para o teatro e o cinema em detrimento da tevê?

MP – Não me arrependo. A vida é assim, cheia de perdas e ganhos. Já recusei trabalhos, que depois de assisti-los, vi que eu iria me divertir muito fazendo-os. Sempre fui uma atriz muito passional, de me envolver mesmo com trabalhos e personagens. Sendo assim, preciso lidar com minhas escolhas certas e erradas. Fora essa questão artística, também perdi muito dinheiro por essa minha forma sonhadora e artesanal de escolher papéis (risos).

Lado a Lado – Globo, de segunda a sábado, às 18:20 h.

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