Maria Padilha revive história do teatro brasileiro em Lado a Lado
Por Redação - 21/01/13 às 15:04
A Diva, de Lado a Lado, é uma espécie de personagem mentalinguístico para Maria Padilha. Veterana dos palcos, a atriz recorreu a diversas referências próprias do teatro brasileiro e da história de muitas profissionais consagradas da área, como Tônia Carrero e Beatriz Segall, para construir o papel. Em especial porque conhece as dificuldades em montar um espetáculo e manter o respeito dentro do teatro, já que atua há muitos anos como produtora. E, na história assinada por Claudia Lages e João Ximenes Braga, Diva é uma atriz com ego inflado que busca se consagrar nos palcos e manter o fictício Teatro Alheira de pé.
''Em cada cena, faço uma rubrica para assinalar o tom de uma atriz conhecida. É muito do meu universo. Muitas peças mostradas na novela eu fiz, como Shakespeare'', explica.
Apesar de estar carregada de referências pessoais adquiridas ao longo da carreira, Maria também buscou inspirações em filmes como Adorável Julia e A Malvada e leu livros de João Caetano para se preparar para a trama. Mas foi um trabalho pessoal que mais necessitou atenção da atriz. Durante um longo tempo antes do início das gravações, ficou repetindo em diversas ocasiões o bordão de sua personagem – Sou uma estrela – para que soasse da forma mais natural possível.
''Eu acho muito cafona ficar falando isso. Tentei humanizá-la e não transformá-la em uma histérica'', afirma Maria, referindo-se ao lado diva de sua personagem.
''O próprio nome já mostra que ela é uma estrela. É uma atriz de comédia que quer ser reconhecida pelo drama'', completa.
Além disso, a personagem se vê em um triângulo amoroso com Mário e Frederico, vividos por Paulo Betti e Tuca Andrada.
''Há 15 anos, ela namorou os dois e teve um filho que retornou agora. Esse núcleo proporciona uma liberdade social maior. Eles acolheram uma mulher grávida sem problema'', ressalta a atriz, referindo-se ao fato de ter dado amparo a Isabel, vivida por Camila Pitanga, enquanto esperava um bebê sem ser casada.
Assim como em outros trabalhos de Maria Padilha, este também preza pela forte veia cômica, muito comum ao longo da carreira da atriz, como a Dinorá, de O Cravo e A Rosa, e Stella, de Anjo Mau.
''Ela tem um tom tão dramático que chega a ser cômico. Sempre gostei de levar a vida com humor. Até quando optei por fazer Shakespeare, escolhi Antônio e Cleópatra, uma tragicomédia'', relembra esta carioca de incríveis 52 anos, que estreou na tevê em Água Viva, em 1980, e se sentia deslocada em um meio tão complexo.
''Naquela época, eu não sabia fazer televisão. Eu sumia em cena. É um veículo que adoro e exige uma certa malandragem, que eu não tinha lá no início'', compara.
Com 32 anos de televisão, Maria acredita que sua carreira foi trilhada essencialmente por suas escolhas. Ela cada vez opta menos por trabalhos na tevê – estava longe das câmaras desde Mulheres Apaixonadas, de 2003, quando deu vida a Hilda. De lá para cá, fez apenas pequenas participações nos intervalos de peças e filmes a que se dedica.
''Fiquei sem poder aceitar convites para novelas porque são 10 meses de trabalho intenso e sempre esbarrava em alguma temporada teatral'', explica.
A atriz, inclusive, não pretendia voltar ao ar em 2012, mas problemas nos direitos autorais do texto de uma peça – que ela prefere manter o título em sigilo por enquanto – a fizeram reconsiderar, já que seu novo espetáculo só poderá ser lançado no segundo semestre de 2013.
''Não podia ficar tanto tempo parada. Comuniquei aos diretores que sempre me convidavam que estava livre'', afirma Maria, que prontamente recebeu uma resposta positiva do diretor de núcleo, Dennis Carvalho, para integrar o elenco da atual trama das seis.
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