Maria Rita canta pela primeira vez com com a mãe, Elis Regina. Vídeo!
Por Flavia Cirino - 04/07/23 às 08:49
Um dos ícones da Música Popular Brasileira, Elis Regina morreu em 1982, quando sua filha, Maria Rita, tinha apenas 04 anos de idade e sequer imaginava que se tornaria uma cantora talentosa, reforçando o DNA.
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Agora, anos depois, as duas aparecem cantando juntas. Graças à Inteligência Artificial, a Volkswagen criou um comercial unindo mãe e filha. A técnica, conhecida também como “deep fake”, cria vídeos, áudios ou imagens de forma realista, como no comercial idealizado pela agência AlmapBBDO.
Nas imagens, Maria Rita aparece dirigindo um IDBuzz, a versão elétrica e moderna da Kombi, um sucesso de vendas da VW. Já Elis Regina dirige uma Kombi do modelo clássico.
Mãe e filha dirigem em paralelo enquanto cantam juntas o clássico “Como nossos pais”, em meio a imagens reais de outros sucessos de venda da Volks no Brasil como o Fusca, o Gol ou a Brasília.
Uma atriz dublê foi usada para se passar pela falecida cantora dirigindo o veículo. O rosto de Elis foi colocado depois, por meio de uma tecnologia de reconhecimento facial. O processo de edição contou com a ajuda de uma tecnologia de redes neurais artificiais, que fez uma mistura entre o rosto da dublê e da imagem recriada de Elis Regina. A voz da música inserida no vídeo é original da falecida artista.
QUEM ERA ELIS REGINA
Considerada por muitos como a melhor cantora brasileira de todos os tempos, Elis Regina de Carvalho Costa nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 17 de março de 1945.
A “Pimentinha” – apelido dado por Vinícius de Moraes, por conta da “miudeza física” e a personalidade explosiva da cantora, que mudava de comportamento em segundos – começou a cantar, com onze anos de idade, no programa “No Clube do Guri”, na Rádio Farroupilha, apresentado por Ari Rego.
Em 1960, foi contratada pela Rádio Gaúcha. Nesse mesmo ano, foi eleita a “Melhor Cantora do Rádio”. Em 1961, com 16 anos, viajou para o Rio de Janeiro onde lançou seu primeiro disco “Viva a Brotolândia”.
Em 1964, já se apresentava no eixo Rio São Paulo. Assinou contrato com a TV Rio para se apresentar no programa “Noite de Gala”, sob a direção de Luís Carlos Miele e Ronaldo Bôscoli. Nessa época, Elis criou os gestos que se tornaram sua marca registrada. Quando cantava, levantava os braços e girava-os. Também se apresentava no “Beco das Garrafas”, reduto da Bossa Nova.
Ainda em 1964, Elis mudou para São Paulo. Em 1965, fez a sua estreia no festival da Record com a música “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes. Entre 1965 e 1967, ao lado de Jair Rodrigues e do Zimbo Trio, Elis apresentou o programa “O Fino da Bossa” na TV Record em São Paulo. O programa gerou três discos: Dois na Bossa I, II e III. O primeiro “Dois na Bossa” vendeu um milhão de cópias.
Em 1968, Elis embarcou em uma promissora carreira internacional. No Olympia de Paris, foi ovacionada e voltou ao palco seis vezes depois do final do show.
- Elis Regina foi casada com o produtor musical Ronaldo Bôscoli entre 1967 e 1972;
- Juntos protagonizaram brigas homéricas, geralmente em público;
- Dessa união nasceu João Marcelo Bôscoli (1970);
- Entre 1973 e 1981, Elis viveu com o pianista e arranjador musical Cesar Camargo Mariano;
- Juntos tiveram dois filhos: Pedro Camargo Mariano (1975) e Maria Rita (1977).
Elis Regina era uma artista eclética, interpretava canções de vários estilos, como MPB, jazz, rock, bossa nova e samba. Levou à fama cantores importantes como Milton Nascimento, João Bosco e Ivan Lins. Entre os seus álbuns destacam-se: “Ela” (1971), “Elis e Tom” (1974), “Falso Brilhante” (1976), “Essa Mulher” (1979), “Saudade do Brasil” (1980) e “Elis” (1980).
COMO ELIS REGINA MORREU
Em menos de 20 anos de carreira, Elis gravou 31 discos, quando imortalizou diversas canções da música popular brasileira. Sua morte precoce, no dia 19 de janeiro de 1982, decorrente do consumo de cocaína e o uso exagerado da bebida alcoólica, a transformou em mito.
Elis Regina foi encontrada no chão de seu quarto do seu apartamento no bairro dos Jardins, em São Paulo, por seu namorado Samuel MacDowell, que arrombou a porta e tentou socorrê-la, mas ela já chegou sem vida ao hospital. A artista tinha apenas 36 anos.
Diversas canções foram eternizadas na sua voz, entre elas: “Águas de Março”, “Casa no Campo” e “Como Nossos Pais”.
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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino