Tóquio 2020: Maria Suellen cai e deixa o tatame carregada

Por - 30/07/21 às 08:36

(Foto: Wander Roberto/ COB)

A judoca brasileira Maria Suellen caiu nas quartas de final das Olimpíadas de Tóquio, na madrugada desta sexta-feira, 30 de julho, e lesionou o joelho ao sofrer o ippon da adversária e está fora da repescagem. 

Enfrentando a francesa de 21 anos Romane Dicko, sensação da categoria na França, a brasileira acabou levando o golpe e, na queda, sentiu dores no joelho e precisou ser retirada de maca. 

O Comitê Brasileiro de Judô, em nota, explicou que a judoca ainda passará por exames nesta sexta-feira para avaliar a sequência da atleta nos jogos.

Fora da briga por medalhas no judô, Maria Suellen era uma das favoritas. A lesão aconteceu logo no começo da luta. A francesa foi para derrubar, Maria Suelen tentou se defender, mas ficou com o pé esquerdo preso no chão. O tornozelo e o joelho acabaram virando feio, e a brasileira já caiu gritando de dor e pedindo para a luta ser encerrada.

Com a derrota, Maria Suellen iria para a repescagem para briga pelo bronze, mas não terá condições físicas para isso.

Para piorar, Maria também era peça fundamental para o Brasil na disputa por equipes mistas do próximo sábado. Se confirmada a lesão, Mayra Aguiar terá que subir uma categoria para substitui-la.

Maria Suellen sofreu grave lesão no joelho em luta no judô
Maria Suellen sofreu grave lesão no joelho em luta no judô (Reprodução)

MAYRA AGUIAR GARANTIU O BRONZE

O quadro de medalhas do Brasil em Tóquio tem mais um bronze. A judoca Mayra Aguiar conquistou mais uma medalha para sua carreira nesta quinta-feira, 29 de julho, na arena lendária Nippon Budokan. Ela derrotou a sul-coreana Hyunji Yoon, na categoria até 78kg, e se tornar uma única brasileira dos esportes individuais a ganhar três medalhas olímpicas em disputas individuais; ela conseguiu o bronze nas edições de Londres, em 2012, e Rio de Janeiro, em 2016. Agora, ela faz história novamente com sua terceira premiação em Olimpíadas.

Mayra classificou-se para a repescagem do judô até 78 kg nas Olimpíadas de Tóquio-2020 após ser derrotada pela alemã Anna-Maria Wagner, atual campeã do mundo, nas quartas de final. Assim, ela deu adeus ao sonho de conquistar seu primeiro ouro. Anteriormente, nas oitavas, a gaúcha venceu com tranquilidade a israelense Inbar Lanir. Ela dominou desde o início.

Apesar disso, a judoca de 29 anos se concentrou para voltar com tudo na repescagem, onde se enfrentou a russa Aleksandra Babintseva. Ela venceu no tempo regulamentar após sua adversária receber três punições (shido) da arbitragem e ser eliminada.

CIRURGIAS, DOR E GLÓRIAS

A judoca brasileira Mayra Aguiar conquistou seu terceiro bronze em Jogos Olímpicos ao derrotar a coreana Hyunji Yoon, mas sua trajetória no esporte começou muito antes disso. Ainda criança, quando tinha seis anos, seus pais resolveram que ela deveria fazer alguma atividade física e acabaram matriculando a menina em aulas do esporte. Desde então, mesmo fazendo também outras atividades, o judô acabou conquistando o coração da pequena gaúcha de Porto Alegre.

Em novembro do ano passado, Mayra passou por cirurgia provocada por lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. O tempo de recuperação colocou sua participação nos Jogos de 2021, o quarto de sua carreira, em dúvida. Por causa da contusão, da cirurgia e da pandemia, Mayra ficou ao todo 16 meses sem competir. Foi a sétima operação a que se submeteu. Isso não foi nada comparado a sua trajetória de vida.

“Estou bem emocionada. Acho que é a conquista mais importante para mim. Foi bem difícil esses últimos anos. Não aguentava amis fazer cirrugia, estava muito cansada. Tive medo, tive angústia. Eu continuei, acreditei por pior que estivesse. Fizemos o nosso melhor. Então, estou bem emocionada. Tento me acalmar, mas está sendo muito importante isso para mim”, declarou.

Aos 11 anos Mayra começou a treinar e competir no clube em que está até hoje, Sociedade de Ginástica de Porto Alegre (Sogipa). Disputou por lá o seu primeiro campeonato brasileiro aos 14 anos já fazia parte da Seleção Brasileira Junior.

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Em 2006, aos 15 anos, conquistou sua primeira medalha em Campeonatos Mundiais Junior de judô, um bronze, e nos anos seguintes conquistou também a prata e o ouro. Em 2008, com apenas 17 anos, integrou a Seleção Brasileira adulta na Olimpíada de Pequim. Daí em diante ganhou cada vez mais destaque no cenário mundial.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino