Marianna Armellini conta como técnicas teatrais a ajudam na TV
Por Redação - 01/02/13 às 17:00
Ao contrário do que se pensa, fazer comédia requer mais que talento. Além de um texto de qualidade, o humor também necessita de uma série de técnicas para ser bem realizado. Marianna Armellini, por exemplo, usa suas habilidades adquiridas no teatro, principalmente na modalidade do improviso, para dar um tom engraçado à sua personagem da novela Guerra dos Sexos.
Na trama, mesmo sem atrativos visíveis, Frô se considera a mulher mais linda de todas. E é a sua autoestima elevada que leva graça ao núcleo da Mooca no folhetim.
"O improviso me fez uma atriz melhor porque, quando acontece qualquer falha, eu consigo me recompor rapidamente e usar o erro a favor da cena", explica.
Antes de estrear na teledramaturgia, Marianna já havia participado de programas humorísticos na tevê. Entre eles, o Quinta Categoria, da MTV, e o É Tudo Improviso, da Band ambos inspirados nos jogos de improviso da produção norte-americana Whose Line Is It Anyway?. Além disso, integrou a série feminina As Olívias na TV, do Multishow. Mas toda essa experiência na frente das câmaras não preparou a atriz para a novela.
"Atuar em um folhetim é diferente. É outra estrutura, outro tempo e outra construção de personagem", analisa.
O Fuxico: Apesar de você já ter contato com a interpretação de forma amadora desde sua adolescência, só buscou se profissionalizar aos 23 anos. Por que?
Marianna Armellini: Na época, eu fazia faculdade de Publicidade na ESPM e o Dan Stulbach era um dos meus professores. Conversei com ele, eu já estava me formando e recusava boas oportunidades de trabalho na área publicitária porque o que eu realmente gostava de fazer era atuar. Então, ele me incentivou a prestar vestibular para a Escola de Arte Dramática de São Paulo. Eu fiz e passei.
OF: E você sempre teve essa linha de atuação voltada para o humor ou desenvolveu a comédia na Escola de Arte Dramática?
MA: Eu sempre tive essa ligação com a comédia. Nunca fui a menina mais bonita e nem a mais inteligente. Então, eu ria de mim mesma antes dos outros rirem. Isso me fez ser uma pessoa que olha a vida com humor. Mas quando entrei para a faculdade de Artes Cênicas, aprendi de tudo. Só pude fazer comédia a partir do terceiro ano lá. Antes disso, fiz peças muito pesadas.
OF: Também gosta de fazer drama ou, daqui para frente, seu foco é apenas a comédia?
MA: Não, eu gosto muito de fazer drama no teatro. Já atuei em tragédias, como Hamlet, de William Shakespeare, e A Gaivota, de Anton Tchekhov.
OF: Na faculdade de Artes Cênicas, você e mais três amigas formaram o grupo As Olívias. E chamaram tanta atenção com o espetáculo no teatro, que ganharam um programa na tevê. Qual é o diferencial de vocês?
MA: Acho que ainda há um resquício machista na nossa sociedade que considera diferente ver as mulheres no humor. Na verdade, as mulheres são naturalmente engraçadas, mas poucas se deixam ser ridículas. Por isso, poucas se destacam. Então, essa entrega total à comédia é um diferencial nosso e também o uso do humor nonsense, que tem pouco por aí. Nos inspiramos muito em programas como "Monty Python" e "TV Pirata".
OF: A carreira artística é muito competitiva. Como você guia sua trajetória como atriz?
MA: As coisas acontecem quando têm de acontecer. A única coisa que eu faço é estar pronta. Estudei muito interpretação porque técnica é uma coisa que você adquire e que ajuda sempre. Busquei o desenvolvimento artístico através de referências, li muito e assisti a muitos espetáculos. E "Estar pronto é tudo", como diria Hamlet.
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