Marieta Severo: “Arregaço as mangas e trabalho muito’

Marieta Severo é a capa da revista 29 Horas de outubro e revelou que não teve um início fácil em sua carreira. Quando estava no elenco de atores da peça Roda Viva, escrita por Chico Buarque e que virou símbolo da resistência militar, a atriz sentiu na pele a violência do regime.

“Era uma situação de muito medo, como a que acontece na peça Incêndios: violência, opressão, desencanto. E a consciência de você passar a juventude na pior situação que existe, com cerceamento, censura, repressão, e justamente quando está com mais fôlego e vontade”.

 Ao longo de sua carreira, Marieta Severo sempre batalhou pelo seu trabalho. “Sou bem operária mesmo, arregaço as mangas e trabalho muito, mas também sou muito grata, porque tem um pedaço que é sorte, e quando a vida te mostra você precisa saber pegar”.

Na entrevista, ela também revela sobre o seu maior gosto familiar: reunir os parentes para o almoço de domingo. Reunir a família à mesa para todos comerem foi algo feito nos 498 episódios exibidos ao longo de 13 anos do seriado A Grande Família, no qual interpretou a Dona Nenê.

“Vou sentir falta dessa personagem maravilhosa, dos colegas, daquela família da ficção, da minha casinha no Projac. O elenco tinha muita sintonia, intimidade e respeito”. Para a atriz, “Dona Nenê é a mãe do Brasil, ela realmente ocupou esse espaço”.

Por Incêndios ter uma forte temática com a ditadura Marieta dedica a obra a Zuzu Angel, estilista que teve o filho, Stuart Angel, torturado e morto pela ditadura. No palco, ela interpreta a árabe Nawal, mulher que sai de seu país por conta da guerra civil e tenta reconstruir sua vida no ocidente.

Escrita pelo libanês Wajdi Mouawad, com direção de Aderbal Freire-Filho, Incêndios chegou a São Paulo no meio de setembro, após nove meses de sucesso no Rio de Janeiro, e está em cartaz no Teatro Faap.

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