Marisa Orth: ‘Vivemos na guerra e nossos jovens precisam ser salvos’

Por - 02/01/18 às 18:00

Divulgação/Globo/João Miguel Júnior

Atriz de reconhecido talento, Marisa Orth e também exímia cantora e, antes mesmo de encarnar a fadista Celeste, em Tempo de Amar, novela exibida na Globo na faixa das 18h, ela já soltava a voz em espetáculos pelo país, como Vexame, que lhe concedeu alguns prêmios.

"Essa novela está me dando aulas incrivelmente valiosas para eu melhorar como cantora. Cantar fado é um desafio, acho que nunca poderei me tornar uma cantora de fado, mas consigo interpretar essa mulher que canta fado", disse a atriz à reportagem de OFuxico, num intervalo de gravações.

Na defesa da personagem, a quem considera uma mulher forte, livre de preconceitos e corajosa para viver um caso de amor ilicito, Marisa destacou que admira suas qualidades. A revelação de que Maria Vitória (Vitoria Strada) é filha de Celeste, deu ainda mais gás à  história.

"Queria ser ela quando crescer. Celeste é muito mais calma que eu. Ela entende que o conselheiro não pode deixar a mulher dele que está doente, tudo ela compreende. Nunca vi uma mulher assim".

Além do ofício de atriz, Marisa se dedica – ao lado de Gringo Cardia – à escola Spectaculu, um projeto social que forma profissionais de diversas áreas dos chamados bastidores. Jonathan Azevedo foi aluno do projeto. 

"Lá damos vez e voz a pessoas que tem pouca oportunidade, são sobreviventes. O Jonathan   não esconde de ninguém que foi resgatado. Estávamos perdendo ele para o tráfico e depois ele acabou a formação no Nós do Morro, que foi uma parceria nossa. Na TV Globo temos um maquiador que aos 21 anos, saiu da nossa escola e já pegou protagonistas para maquiar, aqui na técnica temos mais de 10 alunos egressos. Fico feliz pra caramba, e preocupada, porque em 2017 nossa escola quase fechou. Estamos procurando parceiros, até mesmo para apadrinhar nossos alunos. Eles  recebem R$ 200  por mês, porque senão a gente perde para o sub-emprego, tráfico, prostituição e todo o tipo de crime. Vivemos na guerra, e nossos jovens precisam ser salvos. Todo mundo fica com pena de criança da síria, mas ninguém tem pena de criança brasileira, criança carioca, vítima dessa guerra que vivemos. E os números mostram que tem mais mortos no Rio de Janeiro, do que na Síria, então precisamos de ajuda".

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