Marjorie Estiano diz que escolher personagem é conquista e risco

Por - 03/03/13 às 12:04

Pedro Paulo FIgueiredo/ Carta Z Notícias

Marjorie Estiano mantém um olhar criterioso sobre suas personagens. E uma das maiores preocupações da atriz, de 31 anos, é não se repetir, mesmo sendo escalada para o óbvio posto de mocinha na grande maioria de seus trabalhos.

"O que diferencia personagens não é comédia ou drama, bondades ou vilanias, mas sim os conflitos. O que me instiga, a cada novo trabalho, é a diversidade que ele pode trazer na minha carreira", analisa.

Próxima de se despedir da Laura de Lado a Lado, além da sensação de dever cumprido, Marjorie se mostra satisfeita com a repercussão da corajosa e destemida heroína que interpreta na trama assinada por João Ximenes Braga e Claudia Lage.

"É um papel cheio de frescor em uma novela bonita de fazer e de assistir. Ao contrário de outras personagens dramáticas que fiz, Laura tem a maravilhosa capacidade de seguir em frente sem traumas", valoriza.

Para a atriz curitibana, a força do texto e das situações enfrentadas em Lado a Lado foram um bom modo de comemorar seus 10 anos de televisão, iniciados como a aprendiz de vilã Natasha, da temporada 2003/2004 de Malhação. O apelo popular da personagem foi o ponto de partida para a escalada da atriz ao posto de protagonista de novelas, experimentado pela primeira vez, em 2007, como a revanchista Maria, de Duas Caras.

"Foi um trabalho que me abriu portas. Hoje, eu posso direcionar minha carreira para onde quero. Escolher é uma grande conquista na tevê, mas também é um risco", opina.

Segundo Marjorie, aceitar o papel em Lado a Lado surgiu da grande vontade de trabalhar com Dennis Carvalho, diretor de núcleo da produção.

Marjorie Estiano: "A gente já tinha conversado, mas eu sempre estava comprometida com outra produção. Dessa vez, já sabia que ia fazer a novela antes até de interpretar a Manuela de A Vida da Gente", explica.

Além disso, a atriz se empolgou com o processo de preparação para sua primeira personagem de época. Entre livros, filmes e outras referências, Marjorie construiu Laura com base na vida e nos feitos de Nísia Floresta, escritora nascida no Rio Grande do Norte e uma das grandes incentivadoras da campanha abolicionista no Brasil.

"Era uma mulher à frente do seu tempo. Li textos e pesquisei a vida dela. O que ela escreveu serviu para minha pesquisa comportamental da época", assume.

Dividida entre a intensa carreira na tevê e a presença bissexta na música, Marjorie sente que, assim como está mais segura perante as câmaras, também está mais madura para cantar. E aproveita a temporada que passará longe dos estúdios da Globo para lançar seu terceiro álbum.

"Fiz alguns shows, testei outras sonoridades e experimentei. Minha curiosidade musical também está bem forte e o álbum vai refletir isso", entrega a atriz sobre o novo disco, sucessor de "Flores, Amores e Blablablá", lançado em 2007.

Além da música, Marjorie também pretende se dedicar ao teatro. A partir do próximo dia 30 de março, ela estreia, em São Paulo, a peça O Desaparecimento do Elefante, novamente sob a direção de Monique Gardenberg, com quem fez a erótica Inverno da Luz Vermelha, há dois anos.

"Voltar a ser dirigida pela Monique é resultado da boa recepção e do processo de trabalho que a gente conquistou. Foi complicado ensaiar a peça junto com as gravações da novela, mas valeu o esforço", analisa.

Montado em esquetes, o espetáculo é baseado em contos do escritor japonês Haruki Murakami. E Marjorie divide o palco com nomes como Caco Ciocler, Maria Luisa Mendonça, Kiko Mascarenhas, Fernanda de Freitas e André Frateschi.

"A equipe técnica e o elenco dos trabalhos que me envolvo são extremamente importantes. É bom ter a sensação de olhar para trás e ficar contente e orgulhosa com as escolhas que fiz", ressalta.

Marjorie Estiano é flagrada comendo fast-food
Marjorie Estiano diz que conflito de personagens com as mães é seu carma

Pioneiro no Brasil em cobertura de entretenimento, famosos, televisão e estilo de vida, em 24 anos de história OFuxico segue princípios editoriais norteados por valores que definem a prática do bom jornalismo. Especializado em assuntos do entretenimento, celebridades, televisão, novelas e séries, música, cinema, teatro e artes cênicas em geral, cultura pop, moda, estilo de vida, entre outros.