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Marta fica sabendo que a neta tem síndrome de Down

Por - 08/08/06 às 12:17

Divulgação / TV Globo

Marta (Lilia Cabral) já vinha com uma série de problemas para resolver. De repente, a filha Nanda (Fernanda Vaconcellos) aparece grávida de gêmeos e Marta, então, explode histérica. Foi grossa, insensível, omitiu-se e, pior, faltou com o apoio materno na hora em que Nanda mais precisava. Depois, vieram os baques piores: morte de Nanda, enfarte de Alex, sua operação. São baques difíceis para qualquer um. Qualquer um no lugar dela estaria em crise. Mas ela não. Suportou tudo à sua maneira, de forma prática. Esse jeito prático que, às vezes, faz com que ela se pareça mais com um monstro do que com um ser humano propriamente.

O bebê tem a síndrome de Down

Faltava a Helena dar a Marta a última notícia. Foram feitos todos os exames e está confirmado: Clara, a netinha recém-nascida, tem mesmo síndrome de Down. Marta olha para a médica como se estivesse acabado de ouvir o maior dos absurdos. Deve haver algum engano: – “não temos nenhum caso dessa doença na família…”. E passa a cometer uma série de erros que demonstram não só sua total ignorância a respeito da síndrome de Down, mas também sua carga de preconceito em relação a deficientes de uma maneira em geral. 

Helena explica que a síndrome de Down não é uma doença, mas um acidente genético que ocorre logo após a concepção: – “pode acontecer com qualquer ser humano, em qualquer classe social, idade ou raça”, e nada tem a ver com fatores hereditários ou problemas durante a gestação. Helena conclui que a síndrome é um acidente do próprio organismo, que ocorre no momento da divisão celular: – “o par do cromossomo 21 se divide errado”. Aliás, coisa que ninguém pode prever. 

Rejeição à neta

Marta não se conforma. Para ela, síndrome de Down é doença sim que, além das alterações de fisionomia, deixa as crianças retardadas.  Outra vez, Helena tenta explicar mais esse erro: – “são crianças com um desenvolvimento motor e intelectual mais lento, só isso… Qualquer criança sem oportunidade, pode crescer com retardo mental”. Marta perde as estribeiras e teima em não aceitar a netinha. Alega não ter condições pra cuidar de uma criança que vai precisar dela para tudo: – “não tenho dinheiro, paciência, nem dom para caridade”. E já vai se levantando para sair, incomodada. Helena insiste que Clara é uma neta como qualquer outra, que ainda vai lhe dar muitas alegrias. Mas Marta não quer saber. Parece irredutível, e se diz vítima de um castigo divino.

Atordoada, mal percebe a foto que Helena lhe entrega. É um recurso para amolecer aquele coração de pedra, a última foto de Nanda.  Antes de sair porta afora, Marta limita-se a olhar com triste frieza para aquela imagem, como se fosse mais uma obrigação a cumprir. Tem o peso do mundo nas costas.

Pioneiro no Brasil em cobertura de entretenimento, famosos, televisão e estilo de vida, em 24 anos de história OFuxico segue princípios editoriais norteados por valores que definem a prática do bom jornalismo. Especializado em assuntos do entretenimento, celebridades, televisão, novelas e séries, música, cinema, teatro e artes cênicas em geral, cultura pop, moda, estilo de vida, entre outros.

Marta fica sabendo que a neta tem síndrome de Down

Por - 08/08/06 às 12:17

Divulgação / TV Globo

Marta (Lilia Cabral) já vinha com uma série de problemas para resolver. De repente, a filha Nanda (Fernanda Vaconcellos) aparece grávida de gêmeos e Marta, então, explode histérica. Foi grossa, insensível, omitiu-se e, pior, faltou com o apoio materno na hora em que Nanda mais precisava. Depois, vieram os baques piores: morte de Nanda, enfarte de Alex, sua operação. São baques difíceis para qualquer um. Qualquer um no lugar dela estaria em crise. Mas ela não. Suportou tudo à sua maneira, de forma prática. Esse jeito prático que, às vezes, faz com que ela se pareça mais com um monstro do que com um ser humano propriamente.

O bebê tem a síndrome de Down

Faltava a Helena dar a Marta a última notícia. Foram feitos todos os exames e está confirmado: Clara, a netinha recém-nascida, tem mesmo síndrome de Down. Marta olha para a médica como se estivesse acabado de ouvir o maior dos absurdos. Deve haver algum engano: – “não temos nenhum caso dessa doença na família…”. E passa a cometer uma série de erros que demonstram não só sua total ignorância a respeito da síndrome de Down, mas também sua carga de preconceito em relação a deficientes de uma maneira em geral. 

Helena explica que a síndrome de Down não é uma doença, mas um acidente genético que ocorre logo após a concepção: – “pode acontecer com qualquer ser humano, em qualquer classe social, idade ou raça”, e nada tem a ver com fatores hereditários ou problemas durante a gestação. Helena conclui que a síndrome é um acidente do próprio organismo, que ocorre no momento da divisão celular: – “o par do cromossomo 21 se divide errado”. Aliás, coisa que ninguém pode prever. 

Rejeição à neta

Marta não se conforma. Para ela, síndrome de Down é doença sim que, além das alterações de fisionomia, deixa as crianças retardadas.  Outra vez, Helena tenta explicar mais esse erro: – “são crianças com um desenvolvimento motor e intelectual mais lento, só isso… Qualquer criança sem oportunidade, pode crescer com retardo mental”. Marta perde as estribeiras e teima em não aceitar a netinha. Alega não ter condições pra cuidar de uma criança que vai precisar dela para tudo: – “não tenho dinheiro, paciência, nem dom para caridade”. E já vai se levantando para sair, incomodada. Helena insiste que Clara é uma neta como qualquer outra, que ainda vai lhe dar muitas alegrias. Mas Marta não quer saber. Parece irredutível, e se diz vítima de um castigo divino.

Atordoada, mal percebe a foto que Helena lhe entrega. É um recurso para amolecer aquele coração de pedra, a última foto de Nanda.  Antes de sair porta afora, Marta limita-se a olhar com triste frieza para aquela imagem, como se fosse mais uma obrigação a cumprir. Tem o peso do mundo nas costas.

Pioneiro no Brasil em cobertura de entretenimento, famosos, televisão e estilo de vida, em 24 anos de história OFuxico segue princípios editoriais norteados por valores que definem a prática do bom jornalismo. Especializado em assuntos do entretenimento, celebridades, televisão, novelas e séries, música, cinema, teatro e artes cênicas em geral, cultura pop, moda, estilo de vida, entre outros.

Marta fica sabendo que a neta tem síndrome de Down

Por - 08/08/06 às 12:17

Divulgação / TV Globo

Marta (Lilia Cabral) já vinha com uma série de problemas para resolver. De repente, a filha Nanda (Fernanda Vaconcellos) aparece grávida de gêmeos e Marta, então, explode histérica. Foi grossa, insensível, omitiu-se e, pior, faltou com o apoio materno na hora em que Nanda mais precisava. Depois, vieram os baques piores: morte de Nanda, enfarte de Alex, sua operação. São baques difíceis para qualquer um. Qualquer um no lugar dela estaria em crise. Mas ela não. Suportou tudo à sua maneira, de forma prática. Esse jeito prático que, às vezes, faz com que ela se pareça mais com um monstro do que com um ser humano propriamente.

O bebê tem a síndrome de Down

Faltava a Helena dar a Marta a última notícia. Foram feitos todos os exames e está confirmado: Clara, a netinha recém-nascida, tem mesmo síndrome de Down. Marta olha para a médica como se estivesse acabado de ouvir o maior dos absurdos. Deve haver algum engano: – “não temos nenhum caso dessa doença na família…”. E passa a cometer uma série de erros que demonstram não só sua total ignorância a respeito da síndrome de Down, mas também sua carga de preconceito em relação a deficientes de uma maneira em geral. 

Helena explica que a síndrome de Down não é uma doença, mas um acidente genético que ocorre logo após a concepção: – “pode acontecer com qualquer ser humano, em qualquer classe social, idade ou raça”, e nada tem a ver com fatores hereditários ou problemas durante a gestação. Helena conclui que a síndrome é um acidente do próprio organismo, que ocorre no momento da divisão celular: – “o par do cromossomo 21 se divide errado”. Aliás, coisa que ninguém pode prever. 

Rejeição à neta

Marta não se conforma. Para ela, síndrome de Down é doença sim que, além das alterações de fisionomia, deixa as crianças retardadas.  Outra vez, Helena tenta explicar mais esse erro: – “são crianças com um desenvolvimento motor e intelectual mais lento, só isso… Qualquer criança sem oportunidade, pode crescer com retardo mental”. Marta perde as estribeiras e teima em não aceitar a netinha. Alega não ter condições pra cuidar de uma criança que vai precisar dela para tudo: – “não tenho dinheiro, paciência, nem dom para caridade”. E já vai se levantando para sair, incomodada. Helena insiste que Clara é uma neta como qualquer outra, que ainda vai lhe dar muitas alegrias. Mas Marta não quer saber. Parece irredutível, e se diz vítima de um castigo divino.

Atordoada, mal percebe a foto que Helena lhe entrega. É um recurso para amolecer aquele coração de pedra, a última foto de Nanda.  Antes de sair porta afora, Marta limita-se a olhar com triste frieza para aquela imagem, como se fosse mais uma obrigação a cumprir. Tem o peso do mundo nas costas.

Pioneiro no Brasil em cobertura de entretenimento, famosos, televisão e estilo de vida, em 24 anos de história OFuxico segue princípios editoriais norteados por valores que definem a prática do bom jornalismo. Especializado em assuntos do entretenimento, celebridades, televisão, novelas e séries, música, cinema, teatro e artes cênicas em geral, cultura pop, moda, estilo de vida, entre outros.