Mateus Solano não quer ser apenas mais um um galã da TV

Por - 13/08/12 às 08:00

Luiza Dantas/CZN

Alguns trabalhos podem ser um trampolim para a carreira de certos atores. Foi depois de viver Ronaldo Bôscoli na minissérie Maysa – Quando Fala o Coração – exibida em 2009, na Globo –, que Mateus Solano deslanchou. Desde então, só tem feito personagens de destaque na teledramaturgia.

"Mas devo esse espaço que ganhei na tevê, sem dúvida, aos meus 13 anos atuando no teatro. Ali pude ser visto e mostrar versatilidade", declara.

Hoje, no ar como o revolucionário Mundinho Falcão da novela Gabriela, da Globo, Mateus interpreta o seu terceiro mocinho na tevê. Em 2009, esteve no ar como os gêmeos Miguel e Jorge em Viver a Vida e depois atuou como o protagonista Ícaro de Morde & Assopra.

Extremamente dedicado em aperfeiçoar cada vez mais seu trabalho, Solano não quer ser apenas mais um rosto bonito na telinha:

"Mas não pretendo entrar apenas para o time de galãs. Estudei para atuar. Acredito que esses personagens são diferentes, apesar da função de mocinho", defende.

Um revolucionário romântico em tempos de mudanças

Na trama adaptada por Walcyr Carrasco, Mateus vive um tipo político. Mundinho chega a Ilhéus, em 1920, decidido a acabar com o coronelismo que domina a região. Assim, depois de bater de frente com os mais poderosos da cidade, consegue verba para construir um porto. Para compor seu personagem o ator mergulhou fundo não somente na obra original que deu origem à novela, como também nos heróis da Bahia, não somente dos anos 20, como de outras gerações marcantes.

"Estudei as intenções do Mundinho primeiro no livro do Jorge Amado. Depois, passei a procurar histórias de heróis de certas regiões e tempos. Pessoas que chegaram para mudar a realidade", explica, referindo-se à obra Gabriela, Cravo e Canela, que serviu como base para a novela.

O lado açucarado de seu novo mocinho fica por conta da paixão proibida por Jerusa (Luisa Valdetaro), neta de seu maior inimigo político, o Coronel Ramiro Bastos, vivido por Antônio Fagundes.

"Essa história também marca o período em que a pólvora deixa de mandar e passa a valer a palavra. Convencer o outro pelo discurso", conta.

Dando vida ao novo Mundinho Falcão

Uma das referências que buscou para interpretar Mundinho Falcão foi a primeira versão para a tevê, exibida em 1975 na Globo. Além de assistir às cenas de seu personagem na internet, conversou com José Wilker, que viveu o papel na época.

"Mas procurei não perguntar sobre interpretação e mais sobre como foi esse trabalho. Nada de cópias", garante.

Na época, o diretor da trama, Walter Avancini, deixou as câmaras estáticas até a entrada de Mundinho Falcão na história, quando passa a movimentá-las.

"Só de saber dessa questão do movimento, entendi bem a proposta do meu personagem. Foi fundamental buscar o que eles fizeram antes", explica.

Depois da telinha, o teatro

Para depois do folhetim, Mateus já tem planos. O ator pretende se dedicar ao teatro.

"Acho que durante o meu novo espetáculo devo ficar longe das novelas. Não consigo fazer as duas coisas ao mesmo tempo", explica ele, que vai encenar a peça "Do Tamanho do Mundo", escrita por Lourenço Mutarelli e dirigida por Jefferson Miranda. 

Mesmo assim, ele não vai se afastar por completo da tevê.

"Sempre permaneço fazendo participações quando não posso me comprometer com longos trabalhos", garante.

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