Mauricio de Sousa faz palestra para 1.500 pessoas, no RJ

Por - 08/05/06 às 10:17

O desenhista Mauricio de Sousa lotou o ginásio de esportes da Universidade Barramansense de Ensino Superior, em Barra Mansa, no Rio de Janeiro, na última semana, quando fez uma palestra sobre a influência dos seus personagens e dos gibis na alfabetização.

Um público formado por crianças, estudantes, professores, portadores de deficiências e fãs do desenhista, estimado em 1.500 pessoas, acompanhou atentamente a exposição.

Diante de uma platéia entusiasmada, Mauricio de Sousa confidenciou que ele mesmo aprendeu a ler nos gibis que os pais dele compravam e levavam para casa. Salientou que os gibis devem servir como uma contribuição, e não ocupar o lugar da escola e da responsabilidade da família no estímulo à leitura.

Lamentou a desvalorização dos professores no país, pois são os responsáveis pela formação de futuros profissionais, nos mais diversos segmentos, e deveriam merecer mais respeito.

Ele também contou como foi o início da carreira e de sua trajetória até os dias de hoje. Afirmou que nunca pensou em ser um escritor infantil, e que tudo foi acontecendo naturalmente, devido aos personagens infantis que foi criando no início, quando “nasceu” o cachorrinho Bidu, em 1959.

Até então, atuava como repórter policial na Folha da Manhã, hoje Folha de São Paulo. A primeira revista da Mônica foi publicada em 1970. Até hoje, cerca de 1 bilhão de gibis da Turma da Mônica já foram comercializados.

De uma forma bem informal, já que não é um palestrante profissional, falou dos filmes que produziu nos anos 80 e das dificuldades enfrentadas devido à proibição de importação de equipamentos de informática.

Também mostrou ao público o projeto de televisão, com a Turma da Mônica, que tem como objetivo contribuir na alfabetização de cerca de 12 milhões de crianças que não têm acesso à pré-escola, mas dispõe de uma televisão em casa e poderiam receber ali mesmo informações sobre educação em forma de
brincadeiras, desenhos animados, participações especiais de educadores, celebridades e muito bom humor.

Perguntado sobre o fato dos personagens Cebolinha e Chico Bento falarem errado, respondeu que, de forma alguma, essas características deles interferem na educação:

“O Cebolinha sofre de dislalia, e os professores poderiam se utilizar disso para brincar com as crianças sobre as trocas de letras de uma forma didática. Já o Chico Bento representa cerca de 26 milhões de brasileiros, que utilizam esse código lingüístico para se comunicar. Ele não fala errado, mas sim retrata uma linguagem que se utilizava no passado, e ainda se encontra pelo interior do Brasil. É só assistir às novelas de época, que encontraremos expressões utilizadas pelo Chico”, explicou Mauricio de Sousa.

Ele ainda falou sobre seu novo personagem, Ronaldinho Gaúcho, e sobre o novo longa, Turma da Mônica em Uma Aventura no Tempo, que está sendo produzido e estréia em dezembro.

Antes do início da palestra, foi exibido o avant-trailer do filme, provocando boas risadas do público, assim como vem acontecendo nas 200 salas de cinema do país onde já pode ser visto. Ao final, causou muita emoção junto ao público, quando entregou a uma deficiente visual os livros em Braile da Mônica e do Cebolinha.

A palestra foi traduzida também em Libras (Linguagem de Sinais).

 

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