MC Cabelinho visita submundo do trap em clipe
Por Andreia Takano - 24/09/24 às 12:09
MC Cabelinho acaba de lançar a canção “Bala e Fogo”, em parceria com Teto. O cantor anunciou a faixa e o nome de seu próximo álbum, “Não Sou Santo, Mas Não Sou Bandido”, em seu show no Palco Sunset do Rock in Rio, no último dia 13. A música vem acompanhada de um clipe super elaborado, com temática de terror, que chega ao YouTube do artista ao mesmo tempo.
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Parceiro de produção de Cabelinho em diversos projetos, João Pedro Palma inova no som do novo projeto, trazendo um instrumental que não é convencional do trap. Fã de rock, o produtor musical trouxe alguns elementos do gênero para a faixa. “Quando eu comecei a fazer o beat, eu usei uma bateria acústica, que já deu uma puxada para o rock, para uma parada meio alternativa, digamos assim. Depois que a gente fez a música, eu percebi que o refrão era bem explosivo, tinha uma energia forte, e achei que acrescentar uma guitarra distorcida somaria com essa atmosfera que a gente criou” conta Palma. Fugindo do tradicional beat do trap, o profissional reflete também sobre a abrangência que o ritmo apresenta. “Vários artistas pegam influências de indie, de rock, como o A$AP Rocky, por exemplo. Eu acho que hoje em dia as coisas estão mais flexíveis”.
O clipe de “Bala e Fogo” conta com a direção de Rafael Carmo, responsável também pelo vídeo de “Carta Aberta”, obra indicada ao Grammy Latino 2024 na categoria Melhor Interpretação Urbana em Língua Portuguesa. Carmo revela que, ao ouvir a música, percebeu o universo macabro que ela referencia e quis trazer esse aspecto para o conceito do clipe. Dessa forma, ele encontrou na mitologia grega uma forma de trazer para o visual o feeling que teve com a faixa, que parece que nos leva além do mundo real e mostra o que seria o submundo trapper do Cabelinho e do Teto. “A música tem muito acorde de guitarra, além de uma letra que vai para um universo meio macabro, então o roteiro surge quando eu a vejo como um submundo. E aí eu pensei: ‘Tenho que ter uma porta de entrada para esse submundo’”, revela. Foi quando Carmo introduziu a história de Hades, deus do submundo e responsável por levar as almas para seu destino final, e é Cabelinho quem interpreta o papel do barqueiro.
A ambientação foi feita em uma casa do século XIX em São Paulo que foi transformada no reino sombrio onde o carioca guia a história. Dividida em cinco atos, o diretor construiu a história do vídeo através de metáforas, como quando Teto enterra um hater ou quanto os artistas aparecem como marionetes que saem de televisões, fazendo críticas a manipulações da mídia. Em outro momento, Cabelinho aparece em coma, tendo seu sangue sugado e alimentando likes, comentários e compartilhamentos nas redes sociais. Os cantores aparecem caracterizados como criaturas sinistras, com chifres, lentes de contato coloridas e aparência monstruosa.