Miguel Thiré mergulha no universo de Copacabana para personagem
Por Redação - 22/04/13 às 09:33
Miguel Thiré é um carioca que sabe aproveitar o que o Rio de Janeiro tem de mais característico. O ator é figurinha fácil da Lapa – bairro boêmio da cidade –, das rodas de samba e dos blocos de Carnaval. Ao mesmo tempo, sua aparência – com cabelos louros e olhos azuis o faz ser confundido com um estrangeiro. Muitas pessoas, principalmente vendedores, volta e meia, tentam arranhar um inglês com Miguel, que se diverte com a situação.
"Chego na praia para comprar um coco e sou atendido em inglês. Fico olhando, deixo o cara falar e pergunto: 'Que língua você está falando, parceiro?'. É engraçado, eles começam a falar um português devagar como se fosse fazer diferença", conta, aos risos.
Justamente essa mistura entre o carioca e o gringo Miguel pôde aproveitar para seu próximo personagem, o Fred, protagonista da série Copa Hotel, que o GNT estreia dia 22.
Na história, o rapaz é um fotógrafo carioca que, aos 18 anos, se mudou para Londres, na Inglaterra, onde vive há 15 anos. A mãe morreu quando ele tinha 13 anos e, desde então, passou a ter um relacionamento difícil com o pai, dono do hotel em Copacabana que dá nome à produção. Com a morte dele, Fred retorna ao Rio de Janeiro para assinar a papelada necessária e com a ideia de vender o hotel decadente. Mas acaba sendo envolvido pela própria história, ao perceber o carinho que o pai nutria por ele através dos retratos expostos no lugar, e pelo calor humano das pessoas da cidade. E decide não vender o hotel a princípio.
"A série fala muito sobre esse Rio de Janeiro hoje, que tem uma grande especulação imobiliária, financeira, pré-olímpica. E mostra esse hotel decadente dentro dessa cidade valorizada pelo ponto de vista de um inglês, de alguém que chega com um olhar estrangeiro", ressalta.
O que também ajudou Miguel a imprimir a postura de gringo no personagem foi a experiência que teve justamente em Londres. O ator morou na capital inglesa, onde estudou inglês e frequentou um curso de teatro.
"Passei um ano lá dando a cara a tapa e aprendendo um pouco sobre o mundo. Foi maravilhoso! Então, esse lado inglês eu já tinha um pouco na bagagem", avalia.
Além disso, Miguel fez uma espécie de laboratório por vários hotéis de Copacabana. Conheceu cerca de 20.
"Entrava, ficava na recepção e inventava uma história para ficar esperando ali", revela ele, morador do Humaitá, na Zona Sul do Rio de Janeiro, que se deu conta de que é um bairro que raramente frequenta.
"É tão perto e tão longe ao mesmo tempo. É um universo gigantesco, todo um mundo só de gringo em Copacabana", surpreende-se.
Miguel experimentou uma linguagem de cinema voltada para um produto de televisão que tem 13 episódios. Todas as sequências são captadas através de uma única câmara, o que exige um grau de detalhamento maior.
"Você produz menos que em uma novela e trabalha com mais qualidade, mais calma. Em uma novela, seria feito em duas semanas", compara ele, que ficou envolvido com as gravações durante dois meses.
Mas o ator não tem predileção por determinado produto. Fazer um folhetim, para ele, também é prazeroso, mas de uma maneira diferente.
"Quando você faz uma cena de estúdio, tem quatro câmaras seguindo você, tem um fluxo", frisa.
Mesmo antes da estreia de Copa Hotel, já há a expectativa de uma segunda temporada, mas Miguel prefere não adiantar detalhes.
"Por contrato, eu sou proibido", avisa, em tom bem-humorado.
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