Missa virtual lembra 30 anos da morte de Cazuza

Por - 07/07/20 às 10:18

Divulgação

Uma homenagem a Cazuza será realizada às 19h desta terça-feira (7), na Paróquia da Ressureição, em Ipanema, bairro nobre da Zona Sul do no Rio de Janeiro. Uma missa virtual pelos 30 anos da morte do cantor será transmitida pelo Facebook.

Lucinha Araújo, mãe do falecido artista, está fazendo a convocação. Ela se tornou uma espécie de porta-bandeira do filho. Lançou o livro Só as Mães São Felizes, em parceria com Regina Echeveria e criou, em outubro de 1990, a Sociedade Viva Cazuza, que auxilia os pacientes com HIV.

Para Lucinha, a saudade é a mesma.

"Todos os dias é dia de relembrar meu filho, mas, nessa data, mando sempre celebrar uma missa. O pior dia foi no qual soube que ele estava doente. E seguiu-se muito sofrimento até o dia da morte dele. Mas prefiro esquecer os dias ruins e lembrar dos bons momentos que a gente passou junto, porque a gente foi muito feliz. Senão, não tinha sobrevivido. Todo santo dia eu sinto que o Cazuza está comigo. Ele me ajuda e vela por mim. Aprendi muito mais com ele do que eu ensinei, não tenho vergonha nenhuma de dizer isso. Penso nele 24 horas por dia."

 

Missa virtual dos 30 anos de morte de Cazuza

Referência na música nacional

Fosse cantando o amor, a rebeldia ou o Brasil, Cazuza era ímpar. Ele, que se vivo estivesse teria 62 anos, suspeitava ser portador do vírus HIV desde 1985, mas somente dois anos depois a doença foi confirmada. Contudo, ele declarou que era soropositivo em 1989. Foi a primeira personalidade nacional a fazer tal declaração que na época (e ainda hoje) era tão polêmica.

Cazuza continuou seu trabalho, ao mesmo tempo em que passava temporadas em Boston para realizar seu tratamento com AZT, a única droga existente na época para combater o vírus HIV. Nesse período, lançou algumas de suas músicas e álbuns mais aclamados, como o Ideologia, pelo qual ainda fez um tour no Brasil e recebeu o Prêmio Sharp de Música, e Burguesia, que gravou em cadeira de rodas e com a voz notadamente fraca. A doença ainda foi grande forma de inspiração para suas músicas.

Em outubro de 1989, depois de quatro meses a base de um tratamento alternativo em São Paulo, ele ficou internado em Boston, nos Estados Unidos, até março de 1990, quando retornou ao Rio de Janeiro.

Agenor de Miranda Araújo Neto morreu em 7 de julho de 1990, aos 32 anos, por um choque séptico causado pela AIDS.

Para Lucinha, o maior legado do filho não foram as músicas e sim a sua coragem.

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